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Plano Safra só chega a 30% dos agricultores de MS

O que aconteceu foi apenas uma antecipação da liberação dos recursos


O tão badalado Plano Safra, anunciado pelo governo federal para aumentar a produção de alimentos, na verdade não incrementa recursos nem amplia o número de agricultores atendidos. O que aconteceu foi apenas uma antecipação da liberação dos recursos, segundo Loreno Bundke, supervisor de agronegócio da Superintendência do Banco do Brasil em Campo Grande.

Dos R$ 5 bilhões antecipados pelo governo federal para o custeio da safra agrícola 2008/2009, R$ 400 milhões serão aplicados em Mato Grosso do Sul. O recurso que deveria ser liberado de outubro a dezembro, será depositado aos produtores totalmente até o final deste mês. A liberação já começou em julho, segundo Loreno. De julho até o dia 1º de outubro foram liberados R$ 255 milhões. Do dia 1º até agora outros R$ 35 milhões já devem ter sido liberados, segundo Loreno, restando ainda em torno de R$ 115 milhões.

O recurso é para todo o custeio agropecuário, mas, de acordo com o supervisor, em torno de 80% vai para a soja. O plantio da soja, a cultura de maior importância na safra de verão, começou na quarta-feira em Mato Grosso do Sul.

Os recursos deste ano atendem praticamente os mesmos produtores que já são clientes do Banco do Brasil. Eles são entre 20 a 30% dos agricultores do Estado. É a mesma quantidade atendida pelo banco nos últimos anos.

BRASIL

A antecipação dos recursos foi anunciada na semana passada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para evitar uma possível quebra de safra, afetada pela crise financeira internacional. "O banco [Banco do Brasil] antecipou o cronograma e está liberando mais crédito, remanejando recursos de alguns fundos para dar mais crédito para a agricultura", declarou o ministro à Agência Brasil.

A medida foi tomada após a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) ter alertado que a falta de crédito ao setor poderia causar queda na safra, com agricultores plantando menos ou até utilizando menos insumos.

A antecipação trará mais liquidez para o setor, na opinião do secretário de Política Agrícola do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Edílson Guimarães, que participou das discussões sobre a adoção da medida. Segundo Guimarães, o governo vai continuar discutindo o aumento da oferta de recursos para custeio da nova safra até final do ano.

O diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, José Carlos Vaz, disse na semana passada que se houver necessidade de mais recursos, o governo alocará. Segundo ele, a antecipação do crédito não gera riscos de falta de recursos para a safra no ano que vem. Para ele, a decisão mostra que "o governo está determinado a assegurar recursos para garantir a safra".

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