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Planos oficiais confirmam foco na classe média rural

Nesta safra, os médios produtores terão disponíveis R$ 2,2 bilhões


Os planos de ação do governo anunciados esta semana para apoiar a agropecuária no ano-safra 2007/08 reforçam a aposta na chamada classe média rural. Queda nos juros, mais recursos a taxas subsidiadas e ampliação dos limites para enquadramento tentam amparar uma faixa espremida entre os grandes e os pequenos produtores. Até então, os produtores com renda bruta anual entre R$ 80 mil e R$ 100 mil estavam fora do alcance das políticas oficiais.

O Plano de Safra 2007/08, anunciado nessa quinta-feira (28-06) pelo Ministério da Agricultura, confirmou a destinação de R$ 58 bilhões para financiar as ações da chamada agricultura empresarial - na safra atual foram R$ 50 bilhões. Desse total, os médios produtores terão disponíveis R$ 2,2 bilhões na linha Proger Rural. E com uma taxa de juro 21,8% inferior ao que vinha sendo praticado há quase uma década, desde o ano-safra 1998/1999 - o custo caiu de 8% para 6,25% ao ano. Para os demais produtores, o governo confirmou uma redução um pouco maior (22,9%) - 8,75% para 6,75%.

Líder no setor rural, o Banco do Brasil estima agregar 200 mil contratos aos atuais 50 mil nessa faixa. "A maioria deve ser de produtores hoje no limite da agricultura familiar", diz o diretor de Agronegócios do BB, José Carlos Vaz. Do orçamento de R$ 37 bilhões previsto pelo banco para a próxima safra, R$ 2,5 bilhões devem ser emprestados aos médios produtores.

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) afirma que 80% de seus filiados podem ser enquadrados na nova faixa de renda bruta anual, elevada de R$ 100 mil para até R$ 220 mil. O estrato médio do setor também foi beneficiado pelo aumento do limite de crédito individual, que passou de R$ 48 mil para R$ 100 mil por beneficiário. "Essa foi uma medida acertada do plano", reconheceu o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas. "Foi um dos poucos acertos", disse o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR).

O novo Plano de Safra para a chamada agricultura empresarial também confirmou modificações nos juros dos programa de investimento sob administração do BNDES. As taxas do Moderfrota (para aquisição de máquinas agrícolas) foram reduzidas de 8,75% para 7,5% ao ano nos empréstimos a produtores com até R$ 250 mil de renda bruta e de 10,75% para 9,5% nos demais casos.

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