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Plantas daninhas causam danos evitáveis

Na safra 2008/2009, estima-se perdas próximas a seis milhões de toneladas na cultura do milho no Brasil


Na safra 2008/2009, estima-se que as plantas daninhas tenham ocasionado perdas próximas a seis milhões de toneladas na cultura do milho no Brasil. Por falta de um adequado manejo, em algumas áreas há estimativas de redução de até 85% na produção desta cultura. São números com que o produtor deve se preocupar e, sobretudo, evitar.

A interferência das também chamadas plantas invasoras é um dos principais fatores que levam à redução da produtividade na lavoura. De acordo com o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Décio Karam, da área de fitossanidade, “além de ocasionar perdas médias de aproximadamente 15% na produção mundial de grãos, as plantas daninhas ainda podem ser hospedeiras de pragas e de doenças”.

No caso do milho, são várias as espécies infestantes que ocorrem nas lavouras brasileiras. Tecnicamente, elas são divididas em plantas monocotiledôneas (cujas sementes têm apenas um cotilédone, que é a primeira folha que surge na planta e tem uma função especial para a subsistência dela) e dicotiledôneas (como o nome diz, cujas sementes possuem dois cotilédones).

Entre as mais conhecidas, são consideradas plantas infestantes na lavoura de milho o capim-marmelada (Brachiaria plantaginea), o capim-braquária (Brachiaria decumbens), o capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), o picão-preto (Bidens ssp), a trapoeraba (Commelina benghalensis), a poaia-branca (Richardia brasiliensis) e a corda-de-viola (Ipomea ssp). O grau de infestação, segundo Décio, varia conforme “o período de convivência, a prática cultural, o espaçamento, o manejo de controle e ainda peculiaridades da comunidade infestante, como a distribuição, a densidade e a composição específica”.

Prevenção e controle – Um manejo adequado de plantas daninhas deve se basear numa boa diagnose (ou seja, numa correta identificação do agente causal do problema), na seleção do melhor método para controle e na utilização correta deste método. “O planejamento de um programa que associe técnicas preventivas da dispersão de plantas espontâneas ou que objetive reduzir a infestação dessas espécies é essencial para assegurar eficiência do método de manejo”, explica Décio. Entre os métodos de controle, os mais usados são o cultural, o mecânico e o químico. A dica para o produtor é utilizá-los de forma integrada, de acordo com a necessidade e o melhor efeito para a lavoura.

O método cultural nada mais é do que usar as próprias características da cultura e do meio ambiente para aumentar a capacidade competitiva das plantas, favorecendo o crescimento e o desenvolvimento delas. Entre essas características, estão o uso de cultivares adaptadas à região de plantio, o espaçamento e a densidade corretos, o respeito à época mais indicada para a semeadura e a rotação de culturas.

Já o controle mecânico caracteriza-se pela ação de arrancar ou de cortar as plantas invasoras e pode ser manual (capina manual) ou auxiliada por ferramentas e implementos (capina mecânica). Por último, o controle químico consiste no uso de herbicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e nas secretarias de Agricultura. “A seleção de um herbicida deve ser baseada nas espécies de plantas presentes na área a ser tratada, bem como nas características físico-químicas dos produtos”, alerta o pesquisador. No caso do milho, o controle mais usado é o químico, que chega a ser realizado em cerca de 65% da área plantada.

Mas, como sempre, melhor que controlar é prevenir. Como a erradicação das plantas daninhas em grandes áreas é economicamente inviável, é importante o controle preventivo, que visa a evitar a introdução, o estabelecimento e a disseminação de novas espécies de invasoras.

A eficácia da prevenção, no entanto, depende de práticas como a higienização de máquinas após o uso, o emprego de sementes não contaminadas e evitar produzir sementes ou estruturas de reprodução em locais como margens de cerca, estradas, pátios e canais de irrigação.

Evento – Está marcado para o período entre 7 e 9 de outubro, em São Luís-MA, o II Simpósio Internacional Amazônico sobre Plantas Daninhas. A promoção é da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas e a organização é conjunta entre a Universidade do Estado do Maranhão, a Embrapa Amazônia Oriental e a Embrapa Milho e Sorgo. Mais informações no site  As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Milho e Sorgo.

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