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Plantio de algodão transgênico terá pelo menos 30% da área

O Brasil já terá algodão transgênico em lavouras comerciais a partir da safra 05/06


O Brasil já terá algodão transgênico em lavouras comerciais a partir da safra 05/06. Essa é a expectativa do melhorista de algodão da Fundação Centro-Oeste, Eleusio Curvelo Freire, que já vem trabalhando para lançar, por meio da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), variedades geneticamente modificadas.

De acordo com ele o algodão transgênico testado em pequenas parcelas em Mato Grosso está sendo importado pelas empresas multinacionais, mas ainda não está adaptado à realidade do Cerrado. Ainda assim, ele acredita que a variedade já autorizada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) possa representar uma redução de 10% no custo de produção.

“A economia pode parecer pequena, mas com os índices de competitividade e com os lucros cada vez menores, uma redução de 10% no custo total de produção é uma grande vantagem para o produtor. Além disso, a redução pode chegar a 20% nos gastos com herbicidas e inseticidas”, avalia o pesquisador que acredita que já na próxima safra 30% das lavouras do Brasil utilizarão o algodão geneticamente modificado.

Freire lembra que atualmente existem oito variedades de algodão transgênico, mas até o momento somente uma variedade foi liberada, as demais devem entrar no mercado somente daqui um ou dois anos. As empresas de pesquisas nacionais só devem disponibilizar sementes de algodão transgênico de forma comercial em dois ou três anos. “As empresas nacionais vão entrar no mercado com uma defasagem de tempo, mas poderão conquistar o espaço porque o produtor já terá feito a experiência em suas lavouras e terão uma variedade adaptada a realidade da região. As sementes disponíveis já para a próxima safra devem vir importadas necessariamente da Austrália e Estados Unidos, que utilizam a mudança genética há mais tempo”, explica o pesquisador.

Outra vantagem que o melhorista vê com relação ao algodão transgênico desenvolvidos pelas empresas de pesquisa será a cobrança de um royaltie menor do que o cobrado pelas empresas multinacionais. “A pesquisa brasileira está atrasada porque somente depois da liberação de uma variedade de algodão transgênico é que os contratos de licenciamento dos genes começaram a ser feitos”, diz.

Freire acredita que se na próxima safra 30% do algodão plantado será transgênico e que na safra 07/08 esse percentual deve alcançar no mínimo 60% da produção nacional, pois outras variedades terão sido liberadas e as empresas de pesquisa também estarão ofertando variedades adaptadas a cada região.

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