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Plantio de soja está proibido por 77 dias em MG

Começou na segunda-feira (1º) e vai até o dia 15 de setembro o Vazio Sanitário da Soja em toda Minas Gerais


Começou na segunda-feira (1º) e vai até o dia 15 de setembro o Vazio Sanitário da Soja em toda Minas Gerais. Durante os 77 dias, os produtores rurais estão proibidos de plantar o grão para evitar a multiplicação do fungo causador da ferrugem da soja, também conhecida como ferrugem asiática. Quem for flagrado com cultivo pode ser multado.

Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a ferrugem asiática destrói as plantas infectadas com prejuízos de até 80% para os produtores, além do impacto negativo para a economia e o desabastecimento do mercado. A doença é responsável pela maior quantidade de fungicidas aplicados nas lavouras.
Em Uberlândia o número de produtores rurais que cultivam a soja chega a 125. Um deles é Claudionor Nunes de Morais, 52, da Fazenda Fartura. Para ele, o planejamento para o combate ao fungo é importante.

“A importância do Vazio Sanitário é notória. Tivemos um avanço muito grande no controle da ferrugem e desde que foi implantado o período, não tivemos mais problemas com a praga. Mesmo a gente tirando a soja viva, a doença consegue ficar hospedada em alguma planta, mas de todo jeito fica mais tranquilo de combater no outro ano”, disse Claudionor, que planta o grão há 20 anos e tem uma área de 1,4 mil hectares de terras.

Os produtores rurais têm respeitado o período sem plantio da soja. Segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em 2018, em todo o Estado, foram visitadas 758 propriedades rurais, com 25 notificações e somente um auto de infração.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja-MG), Wesley Barbosa de Freitas, o Vazio Sanitário é bem visto pela cadeia produtiva, pois dá mais segurança na hora do plantio da nova safra. “Quanto maior o tempo de exposição da planta, maior o risco de propagação da praga. Então, o vazio sanitário é de extrema importância pois quando formos trabalhar a nova safra, a incidência da ferrugem asiática será menor”.

Anteriormente realizado por 90 dias, o período de proibição foi reduzido a pedido da cadeia produtiva da soja, que pode ter mais tempo para o trabalho de replantio após o vazio sanitário. Minas Gerais é a sexta maior produtora de soja do país, com área de plantio de 1,6 milhão de hectares. A previsão de colheita é de 5 milhões de toneladas para este ano.

O vazio sanitário foi instituído em 2007 e normatizado pela Resolução nº 1.393 de 2015 da Seapa. Desde sua implantação, o número de casos do fungo asiático diminuiu drasticamente no estado. Há 12 anos, somente no Triângulo Mineiro foram registrados 47 casos da praga, atualmente é quase zero.

FISCALIZAÇÃO
A fiscalização ficará a par do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), ligado ao Governo do Estado, que visitará 800 propriedades rurais do estado para verificar se a proibição está sendo respeitada durante o período, principalmente nas regiões Noroeste, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, que concentram o maior volume de produção do grão.

De acordo com o fiscal agropecuário da Gerência de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, Wagner Machado, são 89 engenheiros ambientais e 220 técnicos em agropecuária que vão a campo fiscalizar as áreas previamente cadastradas no IMA.

“Caso o produtor rural seja flagrado com plantio da soja, ele será notificado e terá um prazo 10 dias para atender a notificação. Se atendeu, o fiscal faz um termo de fiscalização dando um OK. Caso não, receberá um auto de infração. Será aberto um processo administrativo e, se condenado, poderá pagar uma multa de 1500 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs), com valor aproximado de R$ 5,4 mil”, disse Wagner.

Além de Minas Gerais, os estados de São Paulo, Tocantins, Pará, Rondônia, Maranhão, Bahia, Piauí, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e o Distrito Federal também adotaram o Vazio Sanitário da Soja.
 

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