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População consome produto de frigorífico particular/CE


Sobral Neste município não existe matadouro público, a carne consumida pela população vem do Frigorífico Sobral, de propriedade particular. Lá, os animais abatidos seguem todos os padrões de higiene exigidos pelos órgãos de fiscalização. No caso dos bovinos, por exemplo, são levados para um curral onde permanecem em jejum hídrico, ou seja, bebendo apenas água, para depois seguir para o abate humanitário, onde os bovinos são insensibilizados com o uso de pistola pneumática que não demora mais do que cinco segundos para morrer.

Na semana são abatidos, segundo o coordenador do frigorífico, Francisco de Oliveira, 210 rezes, uma média de 35 animais por dia. "O gado aqui morto é oriundo do nosso Estado e de Goiás", disse, acrescentando que todos passam por um rigoroso teste de inspeção antes e depois de morto.

Mas a preocupação com a qualidade no abate do produto se perde na manipulação, antes de chegar ao consumidor, nos pontos de venda. Na hora de comprar carne, são poucas as pessoas que se preocupam com a aparência e a procedência, data de validade, condições de higiene dos estabelecimentos e se a carne é clandestina. "É fundamental que os consumidores se conscientizem sobre a importância de exigir a certificação de carnes, aves, peixes e derivados. Além de comprar em pontos de comércio legalmente estabelecidos, deve verificar a embalagem e perguntar ao balconista a origem do produto, a data de validade, o nome do fornecedor, a data do abate". O alerta é da tecnóloga em Alimentos e inspetora em alimentos da Vigilância Sanitária de Sobral, Iracema Ponte de Bento.

Ela informa ainda que a Vigilância Sanitária do município faz com frequência a fiscalização nos locais onde acontecem a venda de alimentos, principalmente aqueles que já foram alvo de denúncia. "Quando fazemos a visita ao estabelecimento que manipula esse tipo de alimento a gente exige de imediato que seja cumprindo o que determina a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC-275), que dispõe sobre o Regulamento Técnico Operacionais de Procedimentos da Anvisa". Por outro lado, ela reconhece ser difícil combater à venda de vísceras de animais abatidos, em bancas improvisadas e espalhadas pelas ruas da cidade. "Esse foi um hábito que se tornou uma cultura. Afastar essas pessoas da venda é preciso oferecer a elas outra opção de sobrevivência", destaca.

Em Chaval, as condições de higiene do Matadouro Público José Durval Sobrinho são precárias. Inaugurado em 1999 o galpão que serve de abate fica às margens da estrada que dá acesso ao município, a falta de água encanada demonstra que o local não tem higiene algum. O abastecimento é feito por carro-pipa, que chega ao prédio todas as manhãs. O produto é acondicionado sem refrigeração adequada, o que acelera o processo de deterioração. "Nós estamos tentando melhorar esse serviço. Até já mandamos, construir novas fossas", destacou Paulo Pacheco, secretário municipal.Continuação da capa

Mais informações
Vigilância Sanitária de Sobral
Rua Doutor Monte, 865
Centro
(88) 3611.2223

WILSON GOMES
COLABORADOR

CENTRO-SUL
Espera por solução definitiva

Iguatu Na região Centro-Sul, a maioria dos matadouros públicos apresenta precariedade e deficiência na estrutura, que é antiga e inadequada. Os abates são feitos de forma cruel, com uso de marreta, exceto nesta cidade. Já em Cedro, há oito meses que os moradores consomem carne de abate clandestino. O problema é decorrente da interdição do matadouro feita pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), em dezembro de 2008.

Na época, o Ministério Público Estadual ingressou com ação civil pública contra o município e solicitou da Semace e do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) visita técnica e laudo de inspeção sobre as condições físicas e de funcionamento do matadouro. Os técnicos constataram a precariedade da unidade.

Ainda na gestão passada, a Prefeitura realizou algumas obras de melhoria. A atual administração está construindo uma estação de tratamento de esgoto e, por meio de advogados ingressou na justiça para pedir a reabertura do matadouro.

O juiz Edísio Meira Tejo Neto negou a concessão da liminar e determinou um prazo de 15 dias para que a Semace realizasse uma nova vistoria técnica. O gerente da Semace no Cariri, João Josa de Melo Neto, solicitou dilatação do prazo, alegando a necessidade de participação da Agência de Defesa Agropecuária (Adagri).

A demora na vistoria irritou o promotor de Justiça Leydomar Nunes Pereira. "Esse problema vem se arrastando há muito tempo, sem solução. A prefeitura demora a realizar as obras adequadas e a Semace em fazer a vistoria". O promotor solicitou ainda na ação civil pública a concessão de um prazo para a realização de obras conforme exigência da Semace e, em caso de descumprimento, a cobrança de multa diária. "É preciso um julgamento rápido dessa questão", observou.

O vice-prefeito de Cedro, Arnóbio Araújo, disse que está em conclusão a unidade de tratamento de esgoto e que o município tem interesse em solucionar logo essa questão. "Estamos fazendo algumas correções e construindo a unidade de tratamento dos dejetos".

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