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Por dentro da safra: frio intenso e chuva prejudicam lavouras

Mudas foram transplantadas há cerca de 30 dias e, desde então, vêm sofrendo com o clima


No interior de Santa Cruz do Sul, estamos preocupados com o clima, que não está nada favorável para a cultura do tabaco. A primeira parte de nossas mudas foi transplantada dos canteiros para a lavoura há 30 dias. Desde então as plantas já enfrentaram duas geadas, vento minuano e agora nada menos que 150 milímetros de chuva.

...mas muita mesmo!

A maioria dos fumicultores da região de Santa Cruz faz o transplante das mudas para a lavoura entre metade de julho e metade de agosto. É um período tradicionalmente com menor risco climático. Desta vez, porém, não foi bem assim. Enquanto em regiões do Paraná e de Santa Catarina o problema é a falta de chuva, no Rio Grande do Sul veio além do necessário. Como disse, aqui na propriedade tivemos acumulado de 150 milímetros nos últimos dias. Mas colegas do Sul do Estado relatam que em algumas localidades, como em Canguçu, por exemplo, o acumulado é de 300 milímetros. Não tem lavoura que resista, ainda mais quando a planta está na fase inicial, o que é o caso do tabaco. Em Cerro Grande do Sul (foto), entre Tapes e Camaquã, o fumicultor Dieizom Souza Raphaelli anotou 230 milímetros de chuva no fim de semana. Segundo ele, ainda tem estrada bloqueada por lá.

Problema na raiz

Quando chove muito em uma lavoura recém-transplantada, um dos problemas mais comuns é que a raiz não se desenvolve como deveria. Ou seja, a planta “não pega”, vindo a morrer em poucos dias. A saída é fazer o replantio, mas aí o excesso de umidade também prejudica. Assim como prejudica a rotina de adubação. Já deveríamos ter aplicado salitre nas mudas transplantadas há 30 dias, mas dependemos do tempo para iniciar este trabalho. Com atraso, talvez o efeito não seja o mesmo.

Cronograma atrasado

Devido ao mau tempo, adiamos também a segunda etapa de transplante de mudas dos canteiros para a lavoura. Ou seja, de um lado temos mudas com desenvolvimento abaixo do esperado. De outro, temos mudas que sequer foram transplantadas. Vamos ficar atentos, esperar que o tempo melhore e correr atrás do prejuízo.

De olho na safra

A comissão de representação dos fumicultores, liderada pela Afubra e federações dos três estados do Sul, tem reunião nesta terça-feira e amanhã em Santa Cruz para tratar da safra 2018/19. Na pauta, temas específicos como os resultados do ciclo 2017/18 e a participação das classes e subclasses de tabaco na comercialização dos últimos anos. A ideia é mapear os tipos de tabaco mais demandados e valorizados pela indústria, evitando que o produtor saia perdendo na hora da comercialização. Hoje pela manhã, a reunião ocorrerá somente entre produtores. À tarde eles se reúnem com JTI e Universal Leaf. Amanhã os encontros serão com Souza Cruz, Philip Morris, Alliance One e China Brasil.

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