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Por que o Canadá não aumenta as importações de carne de frango do Brasil?

Dados apontam que EUA e Brasil têm sido responsáveis por cerca de 95%-96% da carne de frango importada pelo Canadá.


Dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) relativos ao triênio 2013/2015 apontam que EUA e Brasil têm sido responsáveis por cerca de 95%-96% da carne de frango importada pelo Canadá. Mas a predominância, claro, fica com os EUA, de quem os canadenses recebem quase 90% do produto importado.

Esse cenário mudou um pouco no ano passado, em decorrência do surto de Influenza Aviária nos EUA. E o Brasil, que no ano anterior respondera por menos de 7% das importações do Canadá, elevou essa participação para 10%.

O processo vem tendo continuidade em 2016, os dados do USDA indicando que, entre janeiro e maio, a participação brasileira subiu para 13%, enquanto a dos EUA recuou para menos de 78% do total. E embora o Canadá tenha reduzido suas compras externas em 19% (afetando sobretudo as exportações dos EUA, quase 30% menores que as do mesmo período de 2015), as importações do Brasil aumentaram 33%. 

Com certeza seria bem mais não fossem as restrições incidentes sobre empresas canadenses que adquirem o produto no Brasil. Um documento a respeito afirma que “de modo geral, alguns importadores canadenses, a despeito do melhor preço, são desencorajados a importar carne do frango do Brasil, pois o produto não pode ser reexportado para os EUA”.

Por sinal, uma vez que os EUA vetam a entrada do frango brasileiro em seu território, a Agência Canadense de Inspeção de Alimentos (CFIA, na sigla em inglês) é forçada a adotar medidas internas severas para garantir que o frango brasileiro não chegue ao país vizinho. 

Nesse sentido, estabelecimentos que importem carne de frango do Brasil não são habilitados para realizar exportações para os EUA. E a segregação é tão rigorosa que os importadores do Brasil estão proibidos de repassar produtos (não importa de que origem) para estabelecimentos que exportem para os EUA. 

Para garantir que as regras sejam efetivamente cumpridas, todos os estabelecimentos canadenses (inclusive instalações apenas armazenadoras) são obrigados a manter registros de origem e destinação das carnes em seu poder.

Tais informações constam do último “report” do próprio USDA acerca das tendências da indústria do frango canadense em 2016 e 2017. Nele, aliás, é previsto que as importações canadenses de carne de frango desses dois anos ficarão estabilizadas em torno das 150 mil toneladas anuais.

De toda forma, há nesse “report” um alerta para os exportadores brasileiros. Contido na informação de que a Hungria está se tornando um fornecedor de asas de frango para o Canadá, “devido ao preço mais competitivo que o do Brasil”. Vem daí o aumento de 852% nas compras canadenses efetuadas junto a “outros exportadores” entre janeiro e maio deste ano.

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