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Porto de Antonina (PR) será revitalizado


Investimento de US$ 3,5 milhões dobrará as áreas de frigoríficos e de produtos siderúrgicos. Depois de um período de estagnação que durou boa parte da década passada, o porto de Antonina, no Paraná, passa por um processo de revitalização. Os planos incluem o início das operações na área de granéis líquidos, o aumento da movimentação de cargas frigorificadas e de produtos siderúrgicos e, ainda, a restauração de um trecho ferroviário com 17 quilômetros de extensão que dá acesso ao terminal.

"O porto perdeu competitividade por falta de investimentos. Agora é hora de recuperar espaço", diz o diretor do terminal, Juarez Moraes e Silva. Ainda neste primeiro semestre, o porto lança um edital de licitação para concessão à iniciativa privada de um terminal de granéis líquidos (óleos vegetais e combustíveis). A meta é que até janeiro de 2004 o novo terminal já esteja em pleno funcionamento. O projeto, diz Silva, contempla a dragagem para aumentar o calado de 6 metros para 10 metros, o que vai permitir a operação de navios de maior porte que os atuais. "O nosso foco, na área de granéis líquidos será aproveitar a demanda pela importação de combustíveis", diz o diretor Moraes e Silva.

Com o projeto, Antonina passará a ter três terminais de operação. No local funcionam hoje a Terminais Ponta do Félix S.A., terminal privatizado que atua com cargas frigorificadas, produtos agroflorestais (madeira e compensados) e siderúrgicos e o Barão de Teffé, que é de domínio da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA). Esse último é operado pela Interportos, empresa controlada pela Ponta do Félix, que tem um acordo operacional com a direção do porto para movimentar granéis sólidos (fertilizantes, sal e trigo).

Segundo Moraes e Silva, a movimentação de cargas em Antonina deve crescer 57% e alcançar 1 milhão de toneladas em 2003, graças, principalmente, ao significativo aumento das operações do terminal privatizado.

Segunda câmara frigorífica

A Terminais Ponta do Félix está investindo US$ 3,5 milhões na aquisição de uma segunda câmara frigorificada que vai dobrar a capacidade de armazenagem de carnes congeladas. O novo equipamento, que deve começar a funcionar no final de abril, vai elevar a capacidade das atuais 6,5 mil toneladas para 13,5 mil toneladas e visa atender o aumento da demanda de grandes exportadores que já utilizam o terminal, como Sadia, Perdigão e Seara.

Mais carnes congeladas

Segundo Cláudio Daudt, diretor presidente da Terminais Ponta do Félix, os embarques de carnes congeladas deverão chegar a 240 mil toneladas em 2003, 50% a mais do que no ano passado. "Com isso, a participação de Antonina nas exportações totais desses produtos no Brasil deve passar dos atuais 11% para 15% até o final do ano. O nosso planejamento estratégico prevê que esse percentual chegue a 20% em 2004 e 25% no ano seguinte", afirma Cláudio Daudt.

Os congelados respondem por cerca de 50% do total movimentado pelo terminal privado, que fechou 2002 em 370 mil toneladas. "Devemos fechar 2003 com um total de 550 mil toneladas", diz o diretor. A previsão baseia-se também no bom desempenho do setor siderúrgico, cujos volumes de embarques deram um salto nos dois primeiros meses do ano com o início das operações do grupo Gerdau no porto. Desde janeiro, a companhia está usando Antonina para exportar tarugos (billets) produzidos na unidade Guaíra, localizada em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. Até agora foram escoadas 15,5 mil toneladas, que contribuíram para que os volumes embarcados subissem para 40 mil toneladas nos dois primeiros meses do ano. Em todo o ano passado foram 60 mil toneladas totais. Para atrair novas cargas, o porto negocia melhorias da infra-estrutura de acesso a Antonina com a América Latina Logística (ALL), concessionária da malha ferroviária sul.

Trilhos restaurados

O projeto prevê a restauração de 17 quilômetros que dão acesso ao terminal. "Entre 30% e 40% das cargas movimentadas poderiam chegar a Antonina por via férrea", estima Daudt, da Ponta do Félix. De acordo com a direção do porto, as obras na ferrovia podem ficar prontas em apenas 40 dias a partir da sua aprovação.

kicker: A movimentação de cargas deve crescer 57% este ano, para mais de 1 milhão de toneladas

kicker2: Os congelados da Sadia, da Seara e da Perdigão já são a metade do movimento total

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