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PR: geração de energia solar cresce mais de 900%

Em 2019 foram 69 novas ligações


Foto: Marcel Oliveira

As instalações de sistemas de energia alternativa crescem no País. De 2016 até o primeiro trimestre deste ano, foram de 7 mil para 75 mil placas fotovoltaicas em todo o Brasil, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Boa parte delas está em municípios do Noroeste. É que o Atlas de Energia Solar do Paraná apontou que a maior incidência solar anual ocorre nesta região do Estado, assim como no Oeste. Para se ter ideia do ‘boom’ da energia limpa, em três anos as conexões de energia solar nas microrregiões de Maringá, Paranavaí, Cianorte, Campo Mourão e Umuarama saltaram de 86 para 868, diz a Copel (Companhia Paranaense de Energia). Aumento de 909%.

Cianorte tinha quatro ligações em 2016 e, até junho deste ano, estava com 132 unidades geradoras de energia solar conectadas com a Copel. O aumento nas instalações também é percebido pela emissão de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) de serviços fotovoltaicos. De acordo com o Crea-PR (Conselho de Engenharia e Agronomia do Paraná), Cianorte tinha oito ARTs emitidas em 2016 e, neste ano, tem 123. No Paraná, os registros relacionados a energias alternativas cresceram 653% no mesmo período e, na região Noroeste, o crescimento foi de 775%.

Para o Inspetor do Crea, o Engenheiro Eletricista Marcelo Saldania, a demanda aumentou bastante por dois motivos: cresceu a oferta de financiamentos para sistemas fotovoltaicos e baixaram os preços dos equipamentos. Na região de Cianorte, por exemplo, as instalações são em todos os tipos de clientes, desde residências que consumiam R$ 300 ao mês, até empresas que consumiam R$ 15 mil. No entanto, ele diz que a procura por partes das empresas é relativamente maior, uma vez que o empresário está acostumado a trabalhar com planejamento e financiamentos com prazos maiores, porque os financiamentos normalmente são feitos em cinco anos ou mais.  

Quanto aos custos de instalações, Saldania reforça que o investimento tem sido cada vez menor devido aos aumentos da procura e oferta. “Conforme pesquisa da Greener (empresa de estatísticas do mercado), até o inicio deste ano os preços caíram 12% em relação a junho de 2018”, diz. Porém, ele explica que existe um pequeno ponto negativo no aumento da demanda, que é o crescimento da oferta desqualificada, uma vez que o mercado ainda não possui barreiras de entrada. “Já tivemos alguns acidentes na região causados principalmente por má qualidade de instalação”, destaca.

O Engenheiro orienta o cliente a pesquisar quem é o vendedor e se a empresa existe formalmente, se não é apenas uma pessoa que está ofertando o kit fotovoltaico. “É que a empresa existindo, estará registrada no Crea e terá um profissional responsável que acompanha a instalação e não apenas assina o projeto,” reforça.

Em Cianorte, os sistemas que se destacam estão instalados em duas escolas de um mesmo empresário, sendo umas das unidades o Colégio Drummond. A instalação se destaca pelo tamanho e redução de custos na conta de luz. Saldania explica que só a  instalação do Colégio  gerará em um ano mais de 100 Mega Watts, o que seria suficiente para alimentar 400 residências com consumo médio de 250 kW por um mês . Ainda segundo o Engenheiro Eletricista, “essa geração equivale à economia de 48 árvores; 85.783 banhos e uso de 4.767 geladeiras por um ano”.

O Conselho de Engenharia e Agronomia do Paraná reforça que o Engenheiro Eletricista é o profissional indicado para fazer o projeto de sistemas fotovoltaicos, que consiste no estudo para implantação das placas solares para geração de energia, garantindo o retorno esperado e evitando transtornos. Ao abrir mão de um profissional ou empresa com responsável técnico capacitado, o cliente corre diversos riscos.

A Engenheira Eletricista Aline Bortoloto, da diretoria da Sinergi (1ª Cooperativa de Energia Solar do Paraná), ressalta a espera pela publicação da NBR 16.690, que já passou por consulta nacional. A Norma Brasileira garante mais proteção na instalação dos sistemas de energias alternativas, que não são regulados. “Hoje não há uma norma publicada, especfica para Arranjos Fotovoltaicos, que normalmente são circuitos em corrente continua e em níveis de tensão muito superiores aos usuais, sendo muito comuns circuitos fotovoltaicos com 1.000 Volts, além de estarem expostos a descargas atmosféricas. Por essas características serem muito específicas, para garantir a proteção à vida e ao patrimônio, são necessárias diversas medidas de proteção diferenciadas. Com a publicação da ABNT NBR 16.690 teremos estas especificações normalizadas”, destaca.

Legislação Nacional

Desde 2012, quando entrou em vigor a Resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) nº 482/2012, revisada pela RN nº 687/2015, o consumidor brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada e, inclusive, fornecer o excedente para a rede de distribuição de sua localidade.  A energia renovável ou alternativa é aquela gerada através de fontes renováveis, que minimiza o impacto ao meio ambiente, seja por meio do não esgotamento de recursos ou por evitar a emissão de gases na atmosfera. É o exemplo da energia fotovoltaica, que capta a energia solar e transforma em energia elétrica.

São inúmeras as vantagens. A principal é a fonte de luz, que é o sol, praticamente inesgotável e de custo zero. Os custos são na elaboração de projeto, instalação, compra de placas, conversores, baterias e toda a infraestrutura. A média de investimento para um sistema de energia fotovoltaica é de R$ 15 mil  em uma residência de pequeno porte.

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