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PR: Governo renova parcerias que incentivam produção de grãos após cultura do fumo

No Brasil, o cultivo de milho e feijão pós-cultura do tabaco já abrange 152 mil hectares


No Brasil, o cultivo de milho e feijão pós-cultura do tabaco já abrange 152 mil hectares

A Secretaria estadual da Agricultura e Abastecimento renovou nesta sexta-feira (18) a parceria com indústrias de tabaco e com entidades que representam os produtores para incentivar o plantio de milho, feijão e pastagens após a colheita do fumo. Este é o segundo ano consecutivo de manutenção desse programa, que gerou na safra passada uma renda adicional aos produtores de R$ 100 milhões, no Paraná, e de R$ 650 milhões nos três estados do Sul do País que produzem fumo.

O termo de parceria foi assinado pelo secretário Norberto Ortigara e pelos representantes do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), da Associaão dos Fumicultores do Brasil (Afubra), da Federação da Agricultura e do Estado do Paraná e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faep/Senar), pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), e Instituto Emater.

Essa renda não existiria não fosse a motivação dessa iniciativa, disse o secretário Norberto Ortigara. Esse ano, além do cultivo do feijão e milho, a proposta foi ampliada para incentivar também o cultivo de pastagens para estimular a produção de leite.

O Governo do Estado quer ampliar essa parceria e tornar essa atividade mais ousada no Paraná, que também beneficia a questão social que é a manutenção do jovem no campo. “Com renda maior e incentivo o jovem se mantém no campo”, disse Ortigara.

CUSTOS

O incentivo para plantar grãos e pastagens após a colheita do fumo visa reduzir custos dos produtores com a fertilização da terra, que já recebeu os insumos para a cultura principal, e também uma forma de conservar o solo, que é uma das preocupações da Secretaria da Agricultura. A Emater contribui com a oferta de assistência técnica aos produtores. Além disso, eles são beneficiados com o aproveitamento dos insumos e adubos que “sobraram” no solo após a cultura do tabaco.

O Paraná terá uma área plantada com fumo de 80 mil hectares na safra 2016/17, concentrada na região Centro-Sul do Estado, envolvendo aproximadamente 28 mil produtores. De acordo com o Sinditabaco, aproximadamente 27 mil hectares estão sendo aproveitados para o cultivo de milho e feijão pós cultura do tabaco. A intenção é ampliar esse cultivo para aumentar a produção de alimentos e a renda nessa propriedade, disse o assessor de Relações Institucionais do Sinditabaco, Sérgio Rauber.

No Brasil, onde a cultura do fumo se concentra nos três estados do fumo, o cultivo de milho e feijão pós-cultura do tabaco já abrange 152 mil hectares.

Ortigara lembrou que o cultivo de fumo representa uma das cadeias produtivas mais organizadas do País e a renovação dessa parceria permite a ampliação de renda e o aproveitamento racional do uso do solo na sucessão do cultivo do fumo. “Essa proposta só é possível graças à condição invejável do nosso Estado de produzir de duas a três safras por ano”, disse o secretário.

Segundo ele, esse termo de parceria representa a oportunidade de ampliar a renda e cuidar do meio ambiente ao mesmo tempo, porque os produtores aproveitam o fertilizante do solo que fica após a colheita das folhas de fumo. “Com isso conseguimos proteger o solo, otimizar os recursos dos produtores e estimular a sustentabilidade na atividade rural”, ressaltou.

Ortigara sugeriu aos parceiros para ampliar a divulgação dessa proposta aos agricultores para envolver mais áreas, garantindo uma produção sustentada. Essa iniciativa foi desencadeada na década de 80 pela empresa Souza Cruz. Há cerca de dois anos foi ampliada para todas as empresas produtoras de fumo, através das entidades Sinditabaco e Afubra, que representam as indústrias e produtores.

Para Claudimir Rodrigues, vice-presidente do Sinditabaco, se o agricultor uniformizar o discurso e o conhecimento, obterá melhores resultados junto aos produtores”, enfatizou. Para a Afubra, essa parceria representa a importância da integração das entidades que tem o mesmo objetivo e que dependem do agricultor.

O vice-presidente da Fetaep, Marcos Brambilla, falou da importância em levar a sabedoria e o conhecimento técnico das entidades parceiras para esse público específico, que é bem familiar e às vezes falta orientação e informação, que hoje faz a diferença em qualquer atividade. “Essa parceria, sem dúvida, ajuda a melhorar a condição do fumicultor, sem depender de política pública, e que o ajuda a andar com as próprias pernas”, disse.

Para o diretor técnico da Emater, Paulo Hidalgo, o aumento de renda proporcionado por essa parceria ajuda na estabilização e sucessão familiar, porque os jovens ficam no campo se houver oportunidades. “Temos que trabalhar nessa visão de gerar oportunidades aos produtores”, reforçou.
 

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