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PR confirma perdas nas safras por geadas; prejuízo de R$1,2 bi

A expectativa para a produção de milho foi reduzida para 5,31 milhões de ton


SÃO PAULO (Reuters) - O Paraná informou nesta quarta-feira que o Estado sofreu perdas por geadas de cerca de 35 por cento na segunda safra de milho e de aproximadamente 9 por cento na produção de trigo, em relação ao que se esperava colher, de acordo com comunicado no site do governo.

Os dados confirmam reportagem de terça-feira da Reuters.

De acordo com especialistas, as perdas no Paraná, o maior produtor de cereais do país, terão impacto na safra total do Brasil. A própria Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) admitiu nesta quarta-feira que terá de reavaliar seus números, no levantamento mensal de agosto, em função das geadas.

Com as geadas dos dias 27 e 28 de junho, a expectativa inicial do governo do Paraná para a produção de milho da segunda safra, que era de 8,12 milhões de toneladas no Estado, foi reduzida para 5,31 milhões de toneladas (uma queda de 34,6 por cento), com perda de 2,81 milhões de toneladas do grão, segundo a nota.

"Os prejuízos aos produtores estão estimados em 1,11 bilhão de reais", estimou o economista Marcelo Garrido, do Deral (Departamento de Economia Rural), do governo do Estado, em comunicado.

As lavouras de milho da segunda safra já haviam sofrido um impacto inicial com a estiagem que ocorreu no Paraná entre o fim de abril e o início de junho, acrescentou o Deral.

Mas as perdas mais severas se deram em decorrência das geadas, uma vez que cerca de 70 por cento da área de milho, de 1,73 milhão de hectares, estava em fase suscetível.

Com um crescimento de mais de 20 por cento na área plantada, o Estado esperava ter uma safra recorde de milho safrinha.

O último grande prejuízo com milho da segunda safra, em decorrência de geadas, aconteceu na safra 2007/08, quando houve perda de 1 milhão de toneladas, segundo o Deral.

TRIGO

Nas lavouras de trigo, a expectativa inicial de colher 2,86 milhões de toneladas no Paraná foi reduzida para 2,61 milhões de toneladas, queda de 8,7 por cento ou de 250 mil toneladas de grão.

Para os produtores, os prejuízos estão avaliados em 111 milhões, segundo o Deral.

Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, com a queda na produção de trigo no maior Estado produtor do grão "acentua-se a dependência do Brasil da importação deste item".

No caso do trigo, segundo o governo, cerca de 40 por cento das lavouras encontravam-se em fase de floração e frutificação, suscetíveis a geadas, e 57 por cento da produção paranaense se concentra nas regiões oeste e norte, onde as geadas foram mais severas.

"Ao contrário do milho, essas perdas podem ser minimizadas porque ainda há trigo sendo plantado em outras regiões do Estado e parte da redução pode ser compensada pelo aumento da produtividade nas lavouras novas", afirmou o governo.

O trigo está em fase final de plantio --93 por cento do total esperado está semeado.

O Paraná já colheu 9 por cento do milho safrinha, e a maior parte das lavouras se encontra em fases de frutificação e maturação, segundo o Deral.

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