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PR propõe plano integrado para vigilância sanitária na fronteira

O objetivo é implantar um plano de ação conjunta com o Paraguai


O governador em exercício do Paraná, Orlando Pessuti, e o secretário da Agricultura e Abastecimento, Newton Pohl Ribas, apresentaram ao diretor-presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, e ao cônsul do Brasil no Paraguai, Antônio Fernandes Cruz de Melo, o “Plano Integrado de Ação para Vigilância Sanitária Animal e Vegetal na Fronteira do Paraná com o Paraguai”.

O objetivo é implantar um plano de ação conjunta com o Paraguai, visando a proteção dos nossos principais rebanhos para a segurança sanitária dos dois países. Seriam inspeções especiais e de fiscalização na fronteira, com o apoio do Exército brasileiro, para evitar enfermidades que acometem tanto bovinos como ovinos, caprinos ou aves, explicou Pessuti. “A ação começaria com a febre aftosa, que no momento preocupa mais”, segundo o governador em exercício.

De acordo com Pessuti, por ser uma empresa binacional, a Itaipu Binacional intermediaria os contatos entre os paises, para que o plano fosse iniciado já no próximo ano. A idéia é criar uma região de segurança de 25 quilômetros de extensão para cada lado da fronteira e identificar as propriedades existentes com apoio de GPS. Os proprietários seriam cadastrados e os rebanhos identificados por meio de brincos, com cor diferenciada para a fronteira e código de barra, que permite acompanhar o deslocamento dos animais.

Além das duas etapas de vacinação feitas no Paraná, um programa especial de educação sanitária seria desenvolvido, incluindo visitas dos técnicos da Emater às propriedades. As vacinações seriam acompanhadas pelos paraguaios no Brasil e pelo Brasil no Paraguai. A medida evitaria ainda o contrabando ilegal de agrotóxicos nas fronteiras.

O governador em exercício disse que o assunto vem sendo discutido desde janeiro de 2006, quando esteve reunido com a diretoria da sociedade rural paraguaia. “Apresentamos, na ocasião, um plano de apoio à agricultura do Paraguai. Além disso, alguns protocolos vêm sendo firmados e reuniões têm sido promovidas entre os técnicos dos dois paises”, relatou Pessuti.

Segundo ele, o Paraná colocará à disposição do Paraguai a estrutura que possui como a Emater, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Centro Paranaense de Referencia em Agroecologia, Codapar e Classpar para promover capacitações nas áreas de vigilancia sanitaria, produção orgânica, criação de cooperativas, entre outras.

O secretário da Agricultura e Abastecimento, Newton Pohl Ribas, pediu o apoio da Itaipu para reunir os prefeitos dos municípios lindeiros – que ficam próximo ao lago da usina, tanto no lado paranaense como no paraguaio. Ele informou que a proposta já conta com apoio do agronegócio e do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), formado por 35 entidades, como associações de produtores e sociedades rurais. “Estaremos criando uma zona de segurança para o comércio de animais existente entre o Paraná, Argentina, Paraguai e Mato Grosso”, especificou o secretário.

Avaliação - O cônsul do Brasil no Paraguai, Antônio Fernandes Cruz de Melo, avaliou a ação de forma positiva. “É um plano coerente de integração agrícola que não abrange apenas a vacinação e tem grandes chances de sucesso, pois inclui projetos de desenvolvimento para os produtores do Paraguai. Será um exemplo para todo o Cone Sul”, elogiou o cônsul que considera importante a participação da Itaipu no processo.

Para o diretor presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, a iniciativa da Secretaria de Estado da Agricultura é muito boa e terá o apoio da empresa para intermediar as conversas com o lado paraguaio. “Como a palavra de ordem é integração, e há disponibilidade e disposição do governo do Paraná, promoveremos este intercâmbio, que beneficiará as populações brasileira e paraguaia. Temos esta possibilidade, em função das nossas responsabilidades como uma empresa binacional”, disse Sameck.

“Hoje demos o ponto de partida que buscará uma aproximação e integração cada vez melhor com o Paraguai”, afirmou o presidente da Itaipu, ressaltando que as instituições que promoveram o desenvolvimento do Estado, como o Iapar e a Emater, serão muito importantes para que o Paraguai avance na industrialização da agricultura, assim como o Paraná.

Um dos maiores empresários do agronegócio no Paraguai, Breno Batista Bianchi, que há 30 anos mantém a Agro Santa Rosa, considerou um momento oportuno de aproximação entre os dois países, devido à necessidade de desenvolvimento. “Este trabalho, se concretizado, dará exemplo e causará impacto a estados como o Mato Grosso, por exemplo, e países como a Bolívia, que ainda não resolveram o problema da aftosa”, ressaltou Breno.

Estiveram presentes à reunião o presidente da Codapar, Ney Caldas; presidente do Iapar, José Augusto Picheth; o chefe do núcleo regional da SEAB, Piotre Laginski, e chefes de núcleos da Emater.

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