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Praga ameaça cultura de tomate cem Goiás


Situação preocupa autoridades goianas do setor,

pois Estado é o maior produtor nacional.

Os produtores goianos estão preocupados com o rápido avanço da praga da mosca-branca, que já causa prejuízos consideráveis e coloca em risco o futuro da tomaticultura no Estado. Para tentar conter a ameaça, representantes de entidades rurais, de órgãos do setor público agrícola e pesquisadores se reuniram ontem na Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), para discutir propostas para uma política de prevenção e controle da praga.

As medidas aprovadas, que incluem destruição de restos culturais, rotação de cultura e campanhas para esclarecimento dos produtores, serão encaminhadas ao Ministério da Agricultura como subsídio para a formulação de uma instrução normativa sobre o assunto, visto que a mosca-branca já infesta praticamente todo o País. Os técnicos admitem que a erradicação da praga é impossível, pois ela tem como hospedeira não apenas o tomate, mas também a soja, o feijão e espécies silvestres, como as malváceas.

Impacto

O superintendente técnico da Secretaria da Agricultura, Arthur Eduardo Toledo, lembra que a situação é preocupante em Goiás, por se tratar do maior produtor de tomate e de atomatados do País. “Não queremos nem pensar em perder essa condição, até pelo grande importância social do segmento no Estado, onde gera aproximadamente 50 mil empregos diretos”, afirma Arthur Toledo. Segundo ele, Goiás produziu 721 mil toneladas de tomate no ano passado e a previsão é de que chegue a 938 mil toneladas na próxima safra, incluindo o tomate rasteiro (industrial) e o tutorado (tomate de mesa).

O agrônomo José de Souza Reis Filho, da Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário (Agenciarural), explica que a mosca-branca, ao sugar o tomateiro inocula um vírus que provoca o enrugamento das folhas, impedindo a realização da fotossíntese, e por conseqüência, o seu desenvolvimento normal. Segundo ele, no caso da tomaticultura as perdas provocadas pela praga podem chegar aos 100%, embora na soja a queda de rendimento seja de no máximo 65%. Conforme o agrônomo, dependendo do nível de infestação da área, a tomaticultura pode tornar-se inviável, como ocorreu na região de Goianápolis/Leopoldo de Bulhões.

Segundo José Reis, em Goiás já se observa intensa migração dos produtores para regiões menos infestadas pela mosca-branca, numa fuga que, segundo o técnico, não é a solução adequada, pois a praga sempre chega onde estiver desenvolvendo a tomaticultura. Segundo ele, o mais racional é adotar uma política rigorosa de controle da praga, por meio de uma parceria que inclua não só os produtores de tomate, mas também os órgãos de pesquisa e os produtores de soja, de feijão e de outras culturas hospedeiras da mosca-branca.

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