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Preço da soja apresenta valorização de 31,7% em Goiás

O preço passou de R$ 20,5 para até R$ 27 a saca, segundo a Faeg


O setor agrícola começou o ano com uma luz no fim do túnel. Setores como a soja apresentam uma expectativa de crescimento de 15% na produtividade, mesmo com igual porcentagem de redução de área plantada. Serão 2,84 mil toneladas colhidas em 2007 contra 2,40 mil toneladas na última safra. O preço também teve aumento: de R$ 20,5 para até R$ 27 a saca, alta de 31,7%. Os números são do último levantamento para o setor este ano, divulgados pela Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg).

As condições do milho são semelhantes. Outra notícia boa é que a área de plantio desse grão será 18% superior ao ano passado. Um salto de 487,2 mil hectares para 549,6 mil hectares. Os preços da saca oscilam em R$ 17 nas regiões mais distantes e R$ 20 nas localidades mais próximas da Capital que atendem à demanda interna.

De acordo com o analista de mercado da federação, Pedro Arantes, se o setor mantiver esses patamares, a segunda safra do milho, plantada em janeiro e colhida em junho ou julho, poderá crescer ainda mais. Os números da Faeg mostram que o sorgo, planta usada para ração bovina, apresenta os mesmos patamares positivos do milho.

O técnico da federação qualifica os preços do sorgo como “bons”, R$ 13,5 a saca em uma área plantada de 223 mil hectares. Segundo Pedro, esses resultados irão possibilitar a cobertura dos custos e dívidas dessa safra. “Este ano, o produtor pode ficar sossegado, pois irá conseguir honrar os compromissos. O problema é com os débitos que já vêm do passado”.

Está mais que claro o processo de recuperação do agronegócio. Os preços dos produtos agrícolas estão em recuperação, principalmente da soja e do milho, mas o setor reclama que os custos de produção não recuaram tanto quanto o comemorado pelo governo federal. O produtor de soja de Anápolis, Jânio Brum Sommer, investiu um leve aumento na área de plantio do grão em sua fazenda, de 800 hectares na última safra para 810. Ele está otimista em relação à próxima colheita e, por isso, não reduziu a área plantada. Para ele, os preços também sinalizaram um início de alívio.

Jânio comenta que se o valor da saca se mantiver até a colheita, em maio, os lucros com a safra darão para pagar a parcela dos 20% da dívida do produtor custeado pelo governo federal em 2006. “Se o preço se mantiver, conseguiremos vender o grão pelo menos mais caro que o custo de produção, coisa que não aconteceu ano passado”, comemora. Ainda assim, o produtor afirma que o preço está abaixo do ideal, de R$ 30 a R$ 33 a saca. “Esse valor nos daria uma margem de lucro de 20% ao ano, o que seria suficiente para cobrir, sem preocupação, os custos da produção”, defende. Jânio prevê também um aumento de 10% a 15% na produtividade da soja em sua fazenda. O que levaria o grão a render de 50 a 55 sacas por hectare.

Por acreditar nessa margem de estimativa, Jânio conseguiu financiamento de adubos e venenos junto a empresas particulares que produzem o material na região. São, em média, 25 sacos de soja por uma tonelada de adubo. Mas ele lembra que, para alcançar esses financiamentos, a burocracia foi maior que a registrada na última safra.

A questão climática também favoreceu as estimativas dos produtores goianos. No Centro-Oeste não ocorrem grandes geadas nem altas temperaturas no início do inverno, como na região Sul, por exemplo. Além de uma quantidade de chuva adequada. “A área plantada está bonita de forma geral. A planta da soja está batendo na cintura, e verdinha”, comenta Jânio.

Ferrugem asiática:

Outro problema que norteia a cabeça dos produtores são as pragas. A ferrugem asiática é um vilão desse possível resultado favorável ao setor. “Dependendo de quantas vezes se aplica o veneno na lavoura para prevenir a doença, mais caros ficam os custos de produção”, justifica.

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