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Preço de herbicidas começa a subir em Goiás

Produto que há dois meses custava entre R$ 6,00 e R$ 7,00 o litro, hoje já está sendo comercializado a até R$ 10,50


Segundo o analista de mercado da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), Pedro Arantes, a situação é especialmente delicada no caso do herbicida à base de glifosato, insumo essencial para a dessecação da área, no caso do plantio direto que é o predominante hoje no Estado. “O pior é que o produto que, há dois meses custava entre R$ 6,00 e R$ 7,00 o litro, hoje já está sendo comercializado a até R$ 10,50”, diz o analista de mercado da Faeg, que não exclui a hipótese de manipulação do mercado.

O técnico da Faeg argumenta que as matérias-primas da maioria dos insumos estão concentradas nas mãos de um reduzido grupo de multinacionais, o que facilita a manipulação de preços. Segundo ele, há casos de empresas menores que processam agroquímicos, que estão cancelando pedidos sob a alegação de que fornecedores de matéria-prima estão retendo o insumo básico. Pedro Arantes admite, entretanto, que essa manipulação do mercado só foi possível graças às condições favoráveis, tais como o atraso dos financiamentos e a antecipação do período chuvoso, o que provocou uma extrema concentração da demanda.

Dificuldade

O sojicultor Ricardo Luis Jayme, do município de Palmeiras, afirma que enfrentou grandes dificuldades para adquirir fertilizantes e glifosato. “Perdi o prazo para plantio da soja precoce e, para não complicar ainda mais a situação, recorri a empréstimos de insumos junto a amigos, embora todo o meu fertilizante e herbicida já estivessem comprados e pagos”, reclama Ricardo Jayme. Segundo ele, para ter acesso aos insumos o produtor tem que pagá-los antecipadamente e esperar a boa vontade das empresas para efetuarem a entrega.

“No caso do glifosato, entrega no ato só para quem paga à vista. Nas vendas a prazo as empresas fazem corpo mole e só atendem, após o cumprimento de todos os pedidos de compras à vista”, diz Ricardo Jayme. Segundo ele, a escassez de insumos agrícolas foi muito sintomática, principalmente porque até há poucos dias eram as revendedoras que reclamavam de baixa demanda. “Minha impressão pessoal é de que, frente ao cenário de melhora dos preços agrícolas no próximo ano, as multinacionais que dominam o segmento já preparam um novo assalto à renda do produtor”, diz Ricardo Jayme.

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