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Preço do adubo: especialista russo explica aumento do Cloreto de Potássio

Para o especialista, energia, meio ambiente e demanda são fatores fundamentais na definição do preço


O Portal Agrolink entrevistou com exclusividade o Dr., prof. da Universidade de Moscou (Rússia) e Coordenador para America Latina do International Potash Institute, Alexey Naumov, sobre o cenário atual do setor de fertilizantes. Questionado se os preços dos fertilizantes crescem de forma proporcionalmente maior ao das commodities, Naumov refutou essa afirmação, deixando clara sua visão ao considerar que há um equilíbrio nos preços.

Para o especialista, sempre existe o "gap" entre a compra e a venda dos insumos. “O agricultor compra fertilizante na expectativa da safra. Então, o preço cresce devido a expectativa de aumento da demanda para produção de grãos”.

Ele lembra que existem outros fatores que influenciam o aumento de preços. O custo do combustível e da energia (extração de minério, no caso do Potássio, realizada em grande profundidade, exige muita energia elétrica), além do gasto com o frete. Outro fator que se tornou relevante no momento é a preocupação com o “politicamente correto”, para não agredir a natureza. As regras para proteção do meio ambiente estão cada vez mais rigorosas e exigem gastos adicionais para diminuir o impacto da indústria de fertilizantes no ambiente.

O Brasil é o terceiro maior importador de Cloreto de Potássio (KCI) do mundo, elemento essencial na formação de grãos e frutos. Dificilmente a longo prazo o Brasil poderá ser auto-suficiente neste produto.

Conforme estatísticas da FAO, de 1970 a 2006 a América Latina, Norte e Ásia aumentaram o consumo de forma geral. Especificamente o consumo de KCI, que em 1994 era de 20 milhões de toneladas, deverá ser em torno de 30 milhões de toneladas em 2013. Nos gráficos abaixo é possível observar quais são os maiores países importadores e exportadores de potássio. A Rússia é privilegiada em reservas que estão avaliadas em 5 bilhões de toneladas de K2O, que somados às reservas do Canadá e Belarus serão suficientes para a demanda mundial. Adicionalmente existem boas reservas não exploradas na Tailândia.


                                         Fonte: Alexey Naumov
 
Observa-se que apenas cinco países são responsáveis por 81% do Cloreto mundial exportado. São eles: Canadá (32,6%), Rússia (15,3%), Belarus (13,6%) Alemanha (12,0%) e Israel (7,9%). Por outro lado, os cinco maiores importadores do mundo consomem em torno de 57% do total: Estados Unidos (18,5%), China (15,2%), Brasil (11,7%), Índia (7,2%) e França (4,6%).

Como pode ser visto, o Brasil é o terceiro maior importador do mundo e até o momento, as reservas locais não apresentam potencial de produção competitiva. O consumo do país, de 3,5 milhões de toneladas, só fica atrás dos Estados Unidos, com 4,2 milhões de toneladas e da China, com 5,5 milhões de toneladas, a maior consumidora mundial. Conseqüentemente, energia, meio ambiente e demanda são fatores fundamentais na definição do preço do Cloreto de Potássio.

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