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Preço do café reage à estimativa da Conab


Os contratos futuros do café foram negociados em alta de 1,4% no pregão de sexta-feira da bolsa de Nova York em resposta às estimativas do governo brasileiro para a próxima safra de café do Brasil. Os contratos para março foram negociados a 64,65 centavos de dólar por libra-peso, em alta de 0,95 centavo em relação ao fechamento anterior.

Na quinta-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a primeira estimativa para a safra 2004/05, onde coloca a produção nacional entre 34,1 milhões e 37,4 milhões de sacas, em patamares inferiores aos projetados pelo mercado, que trabalhava com uma safra de 40 milhões de sacas. "O mercado reagiu às projeções de uma safra menor que o prognosticado até o momento", diz um trader. Para o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Oswaldo Henrique Paiva Ribeiro, as estimativas da safra são bastante realistas e refletem a descapitalização do setor.

"Estamos começando a discutir com o governo a implantação de uma política cafeeira que seja permanente", diz Ribeiro. Segundo ele, os principais pontos da nova política cafeeira são a liberação de recursos para a pré-comercialização de café, os preços mínimos dos contratos de opção e as linhas de financiamento para estocagem da produção. "São pontos fundamentais para que a atividade volte a crescer", diz.

A falta de recursos fez com que os produtores brasileiros erradicassem 300 mil hectares de café na última safra, em um universo de 2,4 milhões de hectares em produção no País. "Estimativas indicam que a área erradicada pode chegar a 800 mil hectares em três anos."

As estimativas do governo são inferiores às projeções da empresa de consultoria Safras & Mercado, que prevê para a próxima safra brasileira uma produção entre 39 milhões e 41 milhões de sacas. "De qualquer maneira, os números mostram que a produção está se ajustando", avalia Gil Barabach, analista da consultoria.

Segundo boletim do Escritório Carvalhaes, divulgado sexta-feira, diante dos números da Conab a primeira reação do mercado foi de cautela. "Porém, quem conhece a firme determinação do ministério em conseguir uma estimativa confiável e divulgá-la integralmente para que o agronegócio brasileiro possa programar seu trabalho em bases sólidas, começa a se preocupar com o cenário para 2004 e 2005", diz Eduardo Carvalhaes, diretor da empresa, de Santos (SP).

O relatório sobre a cafeicultura brasileira divulgado na última semana pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) reforça as preocupações com a produção brasileira de café para 2004 e 2005. Segundo o Usda, o Brasil erradicou este ano uma área de 218 mil hectares e reduziu seu parque cafeeiro em 638 milhões de pés. O relatório aponta também forte queda no uso de insumos.

A previsão para produção mundial de café no ano-safra 2002/03 é de 105,3 milhões de sacas, segundo o Usda, o que representa queda de 15% em relação à safra passada. A maior parte da redução é atribuída à quebra da safra brasileira, que somará 32 milhões de sacas no período 2003/04. Como resultado, as exportações globais devem cair 5 milhões de sacas em relação aos números da safra 2002/03, para 85,9 milhões de sacas.

O Conselho dos Exportadores de Café Verde do Brasil (Cecafé), divulgou as exportações brasileiras de café. Os embarques em novembro ficaram em 1,837 milhão de sacas. Foram embarcadas 1,605 milhão de sacas de café verde (1,508 milhões de sacas de arábica e 97,7 mil sacas de conillon), 2.507 sacas de café torrado e 229 mil sacas de café solúvel. Até o dia 04, os embarques de novembro estavam em 342,6 mil sacas de café arábica e 2,1 mil sacas de conillon, totalizando 345,6 mil sacas de café verde contra 380,7 mil sacas em outubro.

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