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Preço do frango abatido retrocede ao início de 2015

Cotação do frango abatido atinge, no momento, os menores patamares dos últimos dois anos e meio


Embora estável há alguns dias, a cotação do frango abatido (base: produto resfriado comercializado no Grande Atacado da cidade de São Paulo) atinge, no momento, os menores patamares dos últimos dois anos e meio. Em outras palavras, retrocede aos mesmos valores – nominais - registrados entre janeiro e fevereiro de 2015, época em o produto chegou a ser comercializado por R$2,90/kg (valor que, por sua vez, ficou abaixo das médias anuais registradas em 2013 e 2014 – respectivamente, R$2,93/kg e R$3,94/kg). E como, do início de 2015 para cá, a inflação acumulada (embora hoje decrescente) supera os 15%, é fácil avaliar quão baixo anda o valor real do produto no corrente exercício.

Na tentativa de reequilibrar-se, o setor vem utilizando a mesma estratégia adotada há cerca de um ano quando, sem condições de repassar os elevados custos de produção então enfrentados, reduziu compulsoriamente a produção. Foi o suficiente para que, a partir de julho, os preços do frango abatido reagissem – a ponto de atingirem valor inédito entre setembro e outubro.

Neste ano, por exemplo, o volume de pintos de corte alojados no trimestre março-maio foi, conforme dados da APINCO, inferior ao registrado no trimestre julho-setembro de 2016. Mesmo assim, os preços alcançados só têm retrocedido.

Sabe-se que parte dos efeitos da contida produção vem sendo neutralizada pela queda das exportações. Mas a baixa remuneração está sendo causada, sobretudo, pela perda de poder aquisitivo do consumidor – fator que o alto nível de desemprego prevalente no País exacerba ainda mais. 

Neste instante, porém, há um terceiro fator impedindo que a produção retroceda a níveis mais compatíveis com a menor demanda: a produtividade do setor. Pois, como consequência do melhoramento genético e encontrando um clima favorável e uma safra de milho de alta qualidade, os frangos em criação vêm apresentando níveis excepcionais de rendimento, algo que, em síntese, representa maior volume de carne por ave alojada.

A persistirem as atuais condições de consumo e permanecerem os presentes níveis de produtividade, a produção terá que ser reduzida ainda mais. Pela média mensal, o volume de pintos de corte alojados no quadrimestre março-junho de 2017 recuou cerca de 5,5% em relação ao mesmo período de 2016. Até agora, sem nenhum efeito positivo nos preços. Muito pelo contrário.

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