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Preço do óleo de soja registra maior alta em 16 anos


As cotações do óleo de soja atingiram o maior patamar dos últimos 16 anos na bolsa de Chicago. Rumores de que a China estaria comprando óleo tanto na América do Sul quanto nos Estados Unidos deu impulso às cotações e provocou alta de 3% durante o dia.

Os preços atingiram recorde após o governo do Canadá divulgar que seus estoques de óleo de canola eram de 4,06 milhões de toneladas em dezembro de 2003, abaixo das estimativas iniciais que oscilavam entre 4,1 milhões e 4,4 milhões de toneladas de óleo. "Além do fator China, a demanda por soja em grão no mercado físico norte-americano está muito aquecida", diz Renato Sayeg, da Tetras Corretora.

"Os Estados Unidos projetaram suas exportações de soja em grão em 21,8 milhões de toneladas, mas há indícios de que esse número será alcançado com facilidade", diz João Batista Cardoso, da Bank Trade Agrícola Exportação e Importação.

Os contratos do óleo de soja para março, que chegaram a ser negociados a 30,85 centavos de dólar a libra-peso (US$ 680,11 a tonelada), recuaram no final do dia e fecharam a 30,77 centavos (US$ 678,35 a tonelada) com a revisão - para cima - dos estoques norte-americanos de óleo de soja.

A alta das cotações do óleo contaminou o grão e do farelo, que subiram 3,3% e 2,1%, respectivamente, na bolsa de Chicago.

A divulgação do relatório semanal das exportações norte-americanas mostra que, apesar das compras realizadas ao longo do final do ano passado, a China ainda tem apetite para comprar soja no mercado internacional. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) informa que a China foi o maior comprador da soja norte-americana na semana passada, com, 399,7 mil toneladas, quase a metade das 801,4 mil toneladas apuradas no período.

A notícia atraiu especuladores ao mercado, fazendo com que os contratos do grão para março fossem negociados a 832,25 centavos de dólar o bushel (US$ 18,34 a saca de 60 quilos). Os contratos futuros do farelo para o mesmo mês encerraram o dia a US$ 252,30 a tonelada curta, ou US$ 278,11 a tonelada na bolsa norte-americana.

A presença constante da China no mercado internacional, seja comprando soja ou minério, tem afetado o mercado de fretes marítimos, que teriam praticamente dobrado de valor nos últimos quatro meses. O encarecimento do custo de transporte teria levado a China a cancelar contratos de importação de soja do Brasil e Argentina, em favor dos Estados Unidos.

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