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Preço do trigo é o mais alto da história

Os altos preços do trigo no mercado internacional puxaram a cotação da commodity também no cenário interno


Os altos preços do trigo no mercado internacional puxaram a cotação da commodity também no cenário interno. O preço recebido pelos produtores é um dos mais altos já registrados no Paraná, batendo a casa dos US$ 17 a saca, ante uma média histórica anual de US$ 9,8. Em moeda nacional, a saca está sendo negociada, em média, a R$ 35 enquanto no mesmo período do ano passado o preço era R$ 20. A Região Norte vai produzir 143.524 toneladas de trigo e cerca de metade já foi colhido.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgou relatório nesta semana reduzindo novamente a produção e os estoques mundiais do trigo. Segundo o órgão, a produção deste ano deve ser reduzida na Austrália, Canadá e na Europa. Na Argentina, país que mais exporta trigo para o Brasil, o USDA não alterou as previsões da safra atual, mas a produção deverá ser menor do que a colhida no ano passado. A produção mundial, então, foi rebaixada para 606,2 milhões de toneladas contra uma estimativa inicial de 610,4 milhões de toneladas, projetada em agosto.

Com isso, os estoques mundiais caíram ainda mais: de 114,7 milhões de toneladas para 112,3 milhões de toneladas. Desta forma, a relação estoque/consumo caiu para 18,2%, níveis preocupantes para o mercado, uma vez que o trigo está diretamente relacionado ao consumo humano. "Os principais players mundiais foram atingidos pela seca na safra passada e a estiagem também já começa a afetar esta safra e isso fez com que os estoques caíssem muito", explica Fábio Renato Turquino Barros, analista sênior de mercado do AgraFNP (empresa privada de análises do agronegócio).

Diante deste cenário, as valorizações atingiram os maiores patamares de preços da história do cereal durante o final do mês passado e já bateram novos recordes este mês na Bolsa de Chicago e de Kansas (EUA). "Como o Brasil colhe sua safra, os produtores estão recebendo ótimos preços pelo trigo. Em Ponta Grossa, por exemplo, a comercialização do trigo já atingiu R$ 42 a saca", comenta Barros.

O analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Alex Chaves, lembra que os agricultores paranaenses estão conseguindo bons preços devido à queda dos estoques. Ele acrescenta que há um ano os preços internacionais estavam em US$ 170 a tonelada, contra US$ 300 a tonelada registrada neste mês. "Os preços aos produtores estão bons, mas podem trazer impactos no custo da cesta básica", ressalva Chaves.

Para o engenheiro agrônomo Otmar Hubner, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento a alta da cotação do trigo será suficiente para que o produtor rural "empate" custo de produção com vendas. "Calculamos o custo em R$ 36 a saca, mas esse valor varia conforme a lavoura. No mercado interno o dólar tem baixado o preço da commodity", comenta.

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