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Preços agrícolas sobem 2% em São Paulo


Apesar das variações negativas registradas na segunda e terceira quadrissemanas do mês, os preços recebidos pelos agricultores paulistas fecharam janeiro em alta de 1,15%. O Índice de Preços Recebidos (IPR), medido pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria Estadual de Agricultura, no entanto, apresenta perda de 1,2 ponto percentual em relação a dezembro, quando os preços subiram 2,35%.

No acumulado dos últimos doze meses o IPR acumula crescimento de 35,19%, influenciado pelos fortes aumentos registrados entre setembro (8,83%) e novembro (8,35%). A alta de preços durante o período de um ano é superior à registrada pelos principais indicadores inflacionários - o IGP-M registra alta de 27,76% no período e o IPC, da Fipe, deve apresentar índice em torno dos 11,7%.

Segundo o IEA, a desaceleração dos preços no mês passado em comparação com dezembro é resultado especialmente da entrada de novas safras de diversos produtos, que fazem os preços caírem com o aumento da oferta, o que deve continuar em fevereiro. Os produtos de origem animal tiveram queda de 2,23%, e os de origem vegetal apresentaram expansão de 2,79% em janeiro. A maior alta do mês foi observada nos preços da batata (24,9%), seguida do feijão (20,20%), ao passo que os mais expressivos recuos ficaram por conta do amendoim (-20,80%) e do milho (-8,24%).

Plantio de feijão

As condições desfavoráveis do clima para o plantio de feijão a partir do mês de setembro do ano passado fizeram com que os preços do produto tivessem a maior alta do IPR no acumulado dos últimos 12 meses. Segundo o IEA, órgão da Secretaria de Agricultura, que mede o indicador, os preços do produto subiram 117,15% entre fevereiro de 2002 e o mês passado, e a saca de 60 quilos já é comercializada em torno dos R$ 100.

O aumento do preço do feijão não era esperado para este começo de ano, uma vez que já foi iniciada a colheita da safra das águas referente a 2002/03. Mas a irregularidade na oferta vem fazendo com que os preços cresçam de forma sustentada. Somente no mês de janeiro, os valores pedidos pelo produto subiram 20,20%.

O milho também apresenta fortes avanços de preço nos últimos 12 meses, acumulando alta de 97,67%. O cereal enfrentou uma quebra de safra em todo o País no ano passado por conta da estiagem, e vem lidando com um cenário de dificuldades de importação (devido à indefinição quanto aos transgênicos) e aumento da demanda já que, além de ser usado para consumo humano, o milho abastece as indústrias de aves e suínos.

Depois de atingir pico em novembro, com o impacto do dólar, quando a saca de 60 quilos chegou perto do R$ 27, os preços vêm caindo e a saca já se aproxima dos R$ 22, em queda de 8,24% em relação a dezembro, mas ainda muito acima dos padrões de janeiro de anos anteriores. Outro destaque foi o café, cuja alta de 11,35% em janeiro elevou para 83,3% o aumento dos preços em doze meses.

Adriana Serrano - Gazeta Mercantil Tempo Real

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