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Preços do algodão devem cair em Minas Gerais

Início da colheita pode causar queda de até 20%; cotação está em R$ 62 por arroba de pluma



O início da colheita da safra 2013/14 de algodão poderá interferir na cotação do produto, provocando quedas. A expectativa é de que os valores, hoje em Minas Gerais girando em torno de R$ 62 por arroba de pluma, fiquem até 20% menores com o avançar da colheita. Mesmo com a previsão de queda, os valores pagos pela pluma devem se manter em níveis suficientes para cobrir os custos e garantir lucro aos produtores, isso pelo fato de a produção mineira ser menor que a demanda das indústrias.

De acordo com o gerente administrativo financeiro da Cooperativa de Produtores de Algodão do Estado de Minas Gerais Ltda (CooperPluma), André Lopes da Silva, a colheita da safra mineira está entre 8% e 10%. "Começamos por agora e os primeiros resultados são positivos. Apesar da estiagem atípica, que aconteceu nos primeiros meses de 2014, as chuvas registradas em abril foram suficientes para amenizar os problemas causados pela seca, fazendo com que a produtividade não fosse afetada, o que irá contribuir para o crescimento da produção mineira. Apesar disso, tradicionalmente, registramos quedas nos preços, que devem ficar entre 15% e 20% menores ao longo da colheita", afirmou.

Em relação aos preços, segundo Silva, a arroba de pluma em Minas Gerais é negociada entre R$ 60 e R$ 62, valores considerados favoráveis pelo setor e equivalentes ao praticado em 2013. De acordo com Silva, os custos de produção no Estado giram em torno de R$ 55 por arroba de pluma, podendo variar de acordo com a tecnologia e estrutura utilizada por cada produtor.

Ainda segundo o representante da CooperPluma, a produção em Minas Gerais tem muito espaço para crescer. Além de uma demanda superior à produção, os preços diferenciados pagos pela arroba de pluma, através do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), são fatores que estimulam os investimentos na produção.

"O produtor tem sido incentivado a manter os investimentos no cultivo do algodão. Em Minas Gerais, devido à demanda maior que a produção e a necessidade de expansão, temos o Proalminas, onde os produtores conseguem vender a pluma a preços 7,85% maiores que a cotação registrada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)", disse.

De acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a cultura do algodão é introduzida em Minas Gerais ao longo da segunda safra do ano. No período produtivo 2013/14, o espaço dedicado ao algodão foi de 20,1 mil hetares, pequena variação positiva de 0,5% sobre os 20 mil hectares destinados anteriormente. A produtividade do algodão em pluma apresentou expansão de 1,4%, alcançando 1,33 tonelada por hectare. A produção de pluma foi estimada em 26,8 mil toneladas, incremento de 1,9% sobre as 26,3 mil toneladas colhidas anteriormente.

Clima - O relatório da Conab informa que o clima foi favorável na fase reprodutiva da cultura. Aproximadamente 90% do algodão foi semeado como segunda safra. Apesar de ocorrer alguns ataques isolados de Helicoverpa armigera, o controle em tempo hábil evitou danos econômicos à cultura. Devido à alta tecnologia empregada na cultura, como adubação e controles realizados com agroquímicos, a sanidade das lavouras é satisfatória.

"O crescimento tímido na área de produção se deve à concorrência do algodão com outros produtos, como o milho e a soja, que estava com a demanda e os preços em alta no período de plantio do algodão", afirmou Silva.

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