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Preços do milho sofrem pressão pela oferta

Em menos de 30 dias, os preços despencaram de R$ 11 – saca de 60 quilos - para até R$ 9, recuo de 18,19%


Os produtores de Mato Grosso ficaram em pânico esta semana ante a queda generalizada dos preços do milho. Em menos de 30 dias, os preços despencaram de R$ 11 – saca de 60 quilos - para até R$ 9, recuo de 18,19%. A queda foi sentida em praticamente todas as praças do Estado.

O pior preço está sendo ofertado nas regiões de Sorriso e Sapezal (R$ 9), norte e nordeste mato-grossense. Em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao norte de Cuiabá), a cotação é um pouco melhor (R$ 10). O melhor preço está sendo pago em Campo Verde (139 quilômetros ao sul de Cuiabá), onde a saca é negociada por R$ 12, mesmo assim, está R$ 1,20 abaixo do mínimo fixado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), R$ 13,20.

Em muitos casos, segundo produtores e analistas, os preços não chegam a cobrir os custos de produção. “Cada produtor tem seu custo, mas na média, os preços atuais não são mais remuneradores para o produtor, salvo para aqueles que já tomaram proteção de preços antecipadamente, por meio das vendas futuras ou da participação nos leilões de opção de Conab”, afirma Eduardo Godoy, analista de Mercado da AgRural, em Cuiabá.

Segundo ele, os preços continuam caindo e “não sabemos como o mercado irá reagir nos próximos dias porque estamos em pleno período de colheita. Instruímos nossos clientes que vendessem antecipadamente para evitar prejuízos”.

SUPER-OFERTA – Eduardo Godoy, da AgRural, aponta a superoferta como uma das explicações para a queda dos preços. “Além da ótima safra (6,5 milhões de toneladas), o consumo de Mato Grosso é muito pequeno, apenas dois milhões de toneladas. O excedente deve ser escoado e, para isso, os produtores precisam de um empurrão, que nos últimos meses tem sido dado pela Conab com os leilões de subvenção de frete para outros estados e também para a exportação”, diz, lembrando que os produtores estão aguardando as regras dos novos leilões com datas e volume definidos.

O Ministério da Agricultura havia confirmado que retomaria ainda no começo deste mês os leilões. Em maio, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), havia solicitado a realização de ofertas públicas por meio do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e Prêmio para Escoamento de Produto (PEP). A Aprosoja/MT justificou que os leilões são necessários frente aos baixos preços em Mato Grosso, que não cobrem os custos de produção.

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