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Preços em ascensão e boas perspectivas ampliam área de algodão no MT

Na média, o incremento na área de cultivo foi de 50%


A valorização recorde do algodão nas últimas semanas, aliada às ótimas perspectivas de preços internacionais para a commodity no próximo ano, levou produtores de Mato Grosso a expandir suas áreas nesta temporada.

De norte a sul do Estado, as áreas tiveram ampliação. Na média, o incremento na área de cultivo foi de 50%. São produtores de grande, médio e até pequeno portes que se lançaram à aventura de plantar mais apostando em um novo momento para o algodão, como o que já está começando a ser vivido agora.

“Os preços estão favoráveis e os produtores devem aproveitar a oportunidade e fechar contratos”, recomenda o presidente da Associação dos Produtores Mato-grossenses de Algodão (Ampa), Carlos “Tete” Augustin, que assumiu a entidade na última quinta-feira no lugar de Gilson Pinesso.

Celso Griesang, produtor na região da Serra da Petrovina (região sul do Estado), decidiu ampliar sua área em 20% este ano. As 2,5 mil hectares plantadas no ano passado na Fazenda Tropical aumentaram para 3 mil hectares na safra 10/11. “Nunca atravessamos um momento como este. Temos mais é que aproveitar o momento e fazer boas vendas pensando em uma margem de rentabilidade maior no próximo ano”, comemora o cotonicultor.

Com a recuperação dos preços, Griesang espera melhorar sua margem de lucro e investir em abertura de novas áreas no próximo ano, trabalhando inclusive na diversificação da atividade. “Tive pouco lucro na última safra e espero chegar à próxima safra mais tranqüilo”.

Ele conta que já vendeu 70% da sua produção (ciclo 2010/11), que está sendo plantada agora e será colhida só no segundo trimestre do próximo ano. A maior parte da produção foi vendida ao preço de US$ 0,75/libra peso, mas chegou a travar negócios de até US$ 1,25. “Acredito que o mercado poderá melhorar ainda mais por causa da demanda mundial, que está apertada no aspecto oferta e demanda”, aposta.

Luiz Renato Zopparoli, dono da Fazenda Lucerna, em Alto Taquari (479 quilômetros ao sul de Cuiabá), plantou no ano passado 2,9 mil hectares de algodão. Para este ano ele anuncia 4 mil hectares. A decisão tem uma explicação lógica: os bons preços e a perspectiva de uma valorização ainda maior da commodity em 2011. “Plantamos mais porque o cenário era bem mais favorável para o algodão do que para a soja e o milho, por isso migramos para a pluma”, esclarece.

Atento aos movimentos do mercado, o cotonicultor aproveitou o bom momento para travar preços. “Ao invés de vender o excedente na entrada da safra, optei por entregar os contratos de pré-venda, antecipadamente”, salienta. Com isso, ele, conseguiu fechar bons negócios.

A lavoura do produtor Gilson Pinesso, que produz em São Gabriel do Oeste (MS), em Mato Grosso e até no Sudão (África), também terá expansão. Para ele, a alta nos preços recompõe perdas sucessivas dos produtores e vai durar até 2012. “Não tem algodão no mundo”, lembra.

O efeito colateral é o preço das roupas, cuja alta estimada por ele é de 10%. “Isso é inevitável, mas o brasileiro já paga barato pela roupa”, defende Pinesso, que tem lavouras em três municípios de Mato Grosso. Somando a produção em suas lavouras na África, nesta safra ele deve produzir 42 mil toneladas.

“Plantar no Sudão chega a ser mais lucrativo. Os impostos são reduzidos, o custo de produção é menor e o tempo que o navio leva para chegar ao principal mercado, o Paquistão (Ásia), é bem menor do que se partisse do Brasil”, pontua. O convite para plantar na África veio do Ministério da Agricultura sudanês. “Eles me escolheram”, diz Pinesso.

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