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Preços estão próximos dos níveis históricos ao grão


Ainda não é o recorde, mas os preços da soja estão próximos de atingir suas maiores cotações, registradas em julho de 2008, quando a saca chegou a ser negociada por até R$ 50 em Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá). No último dia 9, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a cotação bateu R$ 46, também em Rondonópolis, sinalizando ganhos históricos para os sojicultores no momento em que o câmbio vive sobressaltos.

De qualquer forma, a posição é confortável para o produtor porque na Bolsa de Chicago (EUA) os preços da soja também estão firmes, alcançando patamares históricos: saltaram de US$ 9,44/bushel, na primeira semana de janeiro, para US$ 12,43/bushel (esta semana), valorização de 31,67%. O bushel é um padrão de medida norte-americano que equivale a 27,2154 quilos. Na bolsa de Chicago (Cbot), as cotações aumentaram cerca de 40% desde o início de março. Nesta semana, os contratos futuros com vencimento em julho superaram US$ 12 por bushel, maior patamar em oito meses.

No mercado internacional as cotações têm fechado em alta em função da existência de estoques baixos, queda na produção argentina, demanda chinesa firme mesmo em tempo de crise e problemas climáticos nos Estados Unidos, que dificultam o plantio da safra de verão norte-americana.

Especialistas afirmam que os preços internacionais da soja poderão explodir nesta época do ano por causa da deterioração dos estoques americanos antes da entrada da nova safra do país, no segundo semestre. O risco é elevado por causa dos problemas climáticos que afetaram a safra latino-americana (principalmente na Argentina) que está terminando de ser colhida e da (até agora) forte demanda chinesa. Os estudos apontam que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) projeta que os estoques americanos cairão para 3,53 milhões de toneladas no fim do ciclo 08/09, em algumas semanas, mas alguns especialistas acreditam em um volume menor.

Relatório publicado esta semana pelo Imea indica que as irregularidades climáticas na safra argentina resultaram na redução da produção. “Diante desse cenário, o USDA estima que esse país, que é o maior exportador de farelo, terá um decréscimo de 70% em seu processamento. Para suprir a queda de 33% na relação estoque estoque/consumo, o país reduziu em 92% as exportações do subproduto”.

A estimativa do USDA significa que os estoques norte-americanos representarão 4,3% do consumo anual do país, o menor nível em mais de quatro décadas, e qualquer declínio mais acentuado poderá tornar a oferta preocupantemente apertada no país.

Como as exportações americanas seguem acima das previsões do governo dos EUA, os analistas afirmam que há uma clara possibilidade de que o quadro de oferta e demanda fique tão apertado quanto no ano passado, quando o bushel atingiu sua máxima histórica e superou US$ 16.

Estima-se que as cotações poderão atingir entre US$ 12,80 e US$ 13,50 por bushel neste verão [do Hemisfério Norte], impulsionando os preços de outras commodities que competem por área com o grão.

Entretanto, alguns analistas acreditam que os preços da soja estão vulneráveis a reveses como pequenos incrementos na oferta, e que tais reveses podem reverter a tendência. Entre eles, está a possibilidade de a China adiar compras até a próxima safra americana estar à disposição, o que se dará entre outubro e novembro próximos. A China representa quase metade das importações globais de soja, e suas compras aumentaram 36,2%, para 13,9 milhões de toneladas, no primeiro quadrimestre sobre igual período de 2008.

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