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Preços mundiais do arroz seguem baixando

O retorno da India continua pesando fortemente nos mercados internacionais


Tendências do mercado
 
Em Janeiro, os preços mundiais mantiveram a tendência baixista do último trimestre de 2011. O retorno da India continua pesando fortemente nos mercados internacionais. As perspectivas para 2012 indicam que esta tendência deve prosseguir já que a oferta de exportação segue excedente e a demanda mundial, sobretudo asiática, deve cair pelo menos 10% graças ao incremento da produção nos principais países importadores. Portanto, todos os
exportadores revisaram para baixo suas projecções de vendas, exceto a Índia, onde as exportações devem dar um salto de 65% em relação a 2011 e chegar ao terceiro lugar no ranking mundial, atrás da Tailândia e do Vietnã.
Em janeiro, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) caiu novamente, 14,1 pontos, para 240,4 pontos (base 100 = janeiro 2000) contra 254,5 pontos em dezembro. No início de fevereiro, o índice IPO se manteve em 240 pontos.
 
Produção e comércio mundiais
 
Segundo a FAO, a produção mundial em 2011 alcançou 722 milhões de toneladas (481,2Mt base arroz beneficiado) contra 700Mt de arroz em casca em 2010, um aumento de 3%. As colheitas melhoraram em quase todas as regiões arrozeiras do mundo, graças a uma extensão das áreas de cultivo, as quais atingiram
cerca de 164Mha. Este incremento se concentra nos principais países produtores asiáticos, especialmente China, India e Indonesia, que totalizam quase dois terços da produção mundial.
 
Em 2011, o comércio mundial deu um salto de 8% alcançando um volume recorde de 34,5Mt contra 31,5Mt em 2010. Em 2012, o comercio deve cair 8% para 31,9Mt em vista de uma queda da demanda de importação asiática. As disponibilidades exportáveis dos principais exportadores se mantêm amplamente suficientes para atender a demanda mundial.

Os estoques mundiais de arroz no final de 2011 foram novamente elevados a 140,8Mt contra 134,7Mt em 2010. Estas reservas representam 32% das necessidades mundiais. Em 2012, as projeções mundiais indicam um novo incremento significativo de 8% para atingir o nível recorde de 151Mt.
 
Mercado de exportação
 
Na Tailândia, os preços caíram mais uma vez, em 7%, devido a um mercado de exportação pouco ativo durante as festas do novo ano lunar. As vendas externas em janeiro foram 50% inferiores à média mensal. Em 2012, as exportações poderiam cair 30% para 7,5Mt em função do declínio da produção 2011/12 e da falta de preços competitivos. Em janeiro, o Tai 100%B foi cotado a US$ 544/t Fob contra $ 588 em dezembro. O Tai Parbolizado caiu para $ 534/t contra $ 574/t em dezembro. O quebrado A1 Super continua resistindo com uma baixa de apenas 2,5% a $ 514/t contra $ 526/t em dezembro. No início de fevereiro, os preços se mantinham estáveis.

No Vietnã, os preços de exportação caíram 10%, baixa de 25% em relação ao último trimestre de 2011. Os vietnamitas devem enfrentar a competição da Índia, onde os preços continuam pesando nos mercados internacionais. As últimas previsões de exportação para 2012 indicam uma estagnação entre 6 e 7Mt, aproximando-se da Tailândia. Em janeiro, o Viet 5% marcou $ 444/t contra $ 491 em dezembro. O Viet 25% baixou para $ 410/t contra $ 440 anteriormente. No início de fevereiro, os preços seguiam estáveis.

No Paquistão, o declínio dos preços foi mais moderado, em torno de 2,5%. As perspectivas de exportação são excelentes com vendas que poderiam alcançar cerca de 3,7Mt contra 3Mt em 2011. O Pak 25% foi cotado a $ 373/t contra $ 383/t em dezembro. Na Índia, as exportações devem dar um salto de 65% para mais de 5Mt graças à competitividade dos preços. Os estoques de arroz são grandes e representam quase três vezes o nível normal de reservas. Portanto, alguns países evitam aumentar seus preços porque temem perder mercados em beneficio da India. O arroz indiano 5% se manteve estável a $ 384/t contra $ 385/t em dezembro.  
 
Nos Estados Unidos, os preços de exportação caíram 4% em janeiro. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi de $ 534/t contra $ 555 em dezembro. As exportações encontram dificuldades em função da forte competição asiática e sulamericana, especialmente nos mercados do Oriente Médio. Na Bolsa de Chicago, depois de uma ligeira alta no início de janeiro, os preços futuros tendiam a cair novamente no final do mês.
No Mercosul, os preços de exportação caíram moderadamente em janeiro. Há menor oferta de exportação em relação aos amplos excedentes de 2011. No Brasil, os preços internos se mantêm firmes dentro de um mercado com poucos negócios. Preços internos mais altos devem limitar os subsídios às exportações brasileiras este ano. Em 2011, estes permitiram ao Brasil exportar um volume histórico de 1,3Mt destinado, em boa parte, aos mercados africanos.

Na África, as importações de arroz estão se reativando por causa da estagnação da produção local. As más condições climáticas têm prejudicado as colheitas de cereais, principalmente nas regiões ocidentais. Em 2012, as importações podem alcançar 10Mt, um terço das importações mundiais.
 
InterArroz - Informativo mensal do mercado mundial de arroz
Janeiro 2012 - n. 95
O informativo mensal é elaborado por Patricio Méndez del Villar, pesquisador do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD, www.cirad.fr) da França.

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