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Presa quadrilha que roubava cargas de grãos

O grupo atuava no roubo de cargas de soja, milho, trigo e arroz


Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul divulgou o balanço final da Operação Graneleiro, que ocorreu nesta quarta-feira (2), em nove municípios gaúchos e três catarinenses. Foi presa uma quadrilha especializada no roubo de cargas de grãos. Cerca de 150 agentes cumpriram 26 mandados de prisão preventiva, 28 mandados de busca e apreensão residencial e 30 mandados de apreensão de caminhões e carros.

Segundo a investigação o grupo era comandado por três homens. Dois já haviam sido presos em julho quando foram pegos desviando uma carga de 39 toneladas de arroz, que ia de Pelotas/RS a Imperatriz/MA. O outro chefe foi preso durante a ação. A quadrilha atuava há pelo menos cinco anos e os prejuízos somam cerca de R$ 1 bilhão. A perda era suportada principalmente por empresas do ramo de seguro de cargas.

Eles agiam de forma muito organizada. Entre os 26 membros havia cargos de chefia, encarregadas da contratação de fretes, recrutamento de motoristas, compra e manutenção de caminhões e “laranjas”, que serviam para o registro de caminhões, imóveis, empresas fantasmas e demais investimentos da renda obtida com os crimes. 

Como funcionava

O grupo atuava no roubo de cargas de soja, milho, trigo e arroz. Eles emitiam as notas de frete para retirada da carga nas empresas e um motorista de nome limpo era usado para a retirada em caminhões registrados em nome de laranjas e, geralmente clonados. O motorista não podia ter nenhuma passagem policial ou o seguro não cobria as perdas.

Depois de retirar a carga o motorista seguia em direção ao destino indicado na nota. Um grupo acompanhava o veículo de perto e em determinado ponto avisa para onde o motorista deveria seguir de fato com a carga. Em um pátio da quadrilha as carretas carregadas com grãos eram desengatadas do “cavalinho” (caminhão-trator) que “puxou” a carreta, e eram acopladas a outro “cavalinho”. 

O dono do guincho era quem geralmente trocava as placas da carreta (colocava placas clonadas, de outra carreta) e a carga então era levada ao novo destino, para um novo comprador. Os chefes do esquema também emitiam notas para esquentar as cargas, ou seja, documentos que mascaravam a origem criminosa do produto desviado. O dono do guincho ainda usava as próprias notas fiscais de produtor rural e  conseguia facilmente emitir notas de produtor ou documentos similares, como se a carga tivesse sido por ele produzida.

A organização criminosa preferia sempre cargas com destinos distantes, pois nos dias em que a carga supostamente estaria na estrada a organização criminosa conseguia desviar, com o mesmo motorista, outras três ou quatro cargas em empresas diferentes, sendo que o valor de cada carga desviada girava em torno de 60 a 100 mil reais. O grupo criminoso planejava desviar, nesses últimos meses do ano, cerca de 30 cargas de grãos, um prejuízo evitado que pode ser calculado em aproximadamente R$ 3 milhões de reais. 

A ação foi realizada de forma conjunta entre Polícia Civil, Brigada Militar, Polícia Rodoviária Federal e Comando Rodoviário da Brigada Militar. Os chefes do esquema residiam nas cidades gaúchas de Ijuí e Cruz Alta.
 

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