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Presidente da CNA debate políticas públicas para o agro na abertura da Berimbau Agrotec 2020

A feira está sendo realizada em uma plataforma digital


Foto: Nadia Borges

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, participou, na quinta (27), da abertura da feira “Berimbau Agrotec 2020” e debateu as políticas públicas para o agro baiano pós-pandemia.

A feira, que faz parte do calendário agro baiano há três anos, está sendo realizada em uma plataforma digital, com o lançamento nos dias 27, 28 e 29 de agosto. Stands virtuais, leilões, shoppings de animais, palestras e mesas redondas fazem da parte da programação.

Em vídeo gravado para a abertura do evento, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, afirmou que a feira fará a diferença ao trazer tecnologia principalmente para os médios e pequenos produtores. “Quero parabenizá-los por esta feira virtual nesse ano difícil que estamos vivendo. Vocês não deixaram passar e fizeram com que a feira se realizasse e fosse transmitida para todo o Brasil”.

Já o presidente João Martins destacou as ações da Confederação para reduzir os impactos da pandemia do Covid-19 no agro. Uma delas foi a garantia de que a atividade agropecuária fosse estabelecida como serviço essencial no período de calamidade pública (Decreto nº 10.282).

“Logo no início da pandemia, a CNA entendeu que devia mostrar para a população brasileira que não haveria desabastecimento de alimentos e que os produtores rurais iriam continuar produzindo com eficiência, qualidade e quantidade”.

Martins disse que quando supermercados, feiras e restaurantes fecharam, alguns setores apresentaram sérios problemas de comercialização, como o de hortaliças, flores e frutas. “A maioria dos produtores afetados era pequeno. Então a CNA criou a Feira Segura, para dar condições para que esses produtores vendessem seus produtos, respeitando todos os requisitos de segurança e qualidade dos alimentos”.

Outra medida da Confederação foi a garantia do escoamento da produção das fazendas até as indústrias, supermercados e portos. “Assim como os produtores, os caminhoneiros precisavam desse apoio para garantir o transporte de produtos essenciais durante a crise”.

Agronordeste – O presidente da CNA também falou sobre o programa Agronordeste, iniciativa liderada pelo Ministério da Agricultura em parceria com o Sistema CNA/Senar na oferta de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). “O Nordeste possui clima e solo diferentes de outras regiões. Precisa de políticas públicas diferenciadas para fazer a transformação de vida do médio e pequeno produtor”.

Ao falar sobre o cenário do agro baiano pós-pandemia, João Martins disse: “Temos terra, produtores capazes e rebanho para fazer da Bahia um grande estado do agro. Mas para isso, precisamos quebrar vários paradigmas. Devemos dar ao produtor um crédito rural com juros menores e menos burocracia”.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, que participou do debate, a região Nordeste precisa de políticas públicas diferenciadas para reduzir as desigualdades no campo.

“Para que o produtor continue produzindo com qualidade e sustentabilidade, o setor necessita de novas políticas públicas que garantam mais assistência técnica e gerencial, tecnologias que melhorem a conectividade no campo, a energia elétrica e a infraestrutura e a logística, com estradas em boas condições e construção de portos”.

Miranda também destacou o programa Agronordeste. “É uma iniciativa dos setores público e privado que vai atender 25 mil produtores no Nordeste, sendo mais de 8 mil só na Bahia. É uma oportunidade de levar conhecimento e qualificação ao produtor que é um grande agente de transformação do país”.

Segundo o secretário de Agricultura do Estado da Bahia, Lucas Costa, que também foi convidado para a discussão, no início da pandemia foi criado um Comitê no estado para tratar sobre os impactos causados pelo Covid-19 nas cadeias produtivas. “A Bahia contou com a união de forças de várias entidades para garantir que o agro não parasse e para solucionar os problemas que apareciam”.

Costa enfatizou a relevância do agro para a Bahia. “É o maior setor da nossa economia, que corresponde por um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) e um terço dos empregos do estado. Em 2019, o agro foi responsável por 49% das exportações baianas e tudo indica que este ano vamos ultrapassar esse número. O agro não parou e vai continuar crescendo cada vez mais”. O debate foi moderado pelo sócio da Berimbau Eventos, Saulo Campos. Assista o debate na íntegra.

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