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Presidente da Coamo analisa final da safra de verão

José Aroldo Gallassini avalia como uma safra de resultados positivos


Terminada a colheita da safra de verão, o momento é de computar os dados e analisar os ganhos. O ano foi bom para o milho e soja, que além de boa produção estiveram com bons preços no mercado. O presidente da Coamo Agroindustrial Cooperativa, José Aroldo Gallassini, avalia como uma safra de resultados positivos.


De acordo com ele, neste ano houve aumento na área de soja e diminuição na de milho, em comparação ao ano passado. Ele diz que a área de milho reduziu em função do baixo preço praticado em 2010, principalmente no primeiro semestre. “Na segunda metade do ano houve uma alta nos preços do milho e principalmente da soja, que motivou os produtores a investirem mais em soja”, analisa.

As médias de produtividade foram das mais variadas. Gallassini revela que teve agricultores que colheram 130 sacas por alqueires, e outros em que a produtividade chegou a 160, 180 e até 206 sacas “Claro que isso em pequenas áreas”, frisa. Já no caso do milho tem produtores que colheram 400, 450, 500 e até 600 sacas nesta safra.

TRIBUNA: Com o fechamento da safra de verão, se confirmam as previsões iniciais de boa produção?

José Aroldo Gallassini: Neste ano houve aumento na área de soja e diminuição na de milho, em comparação ao ano passado. A área de milho reduziu em função do baixo preço praticado em 2010, principalmente no primeiro semestre. Na segunda metade do ano houve uma alta nos preços do milho e principalmente da soja, que motivou os produtores a investirem mais em soja. As médias de produtividade foram das mais variadas. Tivemos agricultores que colheram 130 sacas por alqueires, e outros em que a produtividade chegou a 160, 180 e até 206 sacas, claro que isso em pequenas áreas. No ano passado a média geral da Coamo ficou em 132 sacas por alqueire, e a nossa previsão é de que neste ano fique um pouco acima. Ainda não fechamos esse levantamento, mas acredito que a produtividade fique maior. Já no caso do milho tem produtores que colheram 400, 450, 500 e até 600 sacas nesta safra.

TRIBUNA: E comercialização, como está sendo nesta safra?

Gallassini: O cooperado atendeu nossa orientação que foi a de vender a produção em diversas vezes, não importando a época do ano, porém levando sempre em conta o custo de produção. Nossos cooperados venderam nesse ano 35% da safra de soja antes mesmo de colher. Foram em torno de 20 milhões de sacas. Uma coisa que nunca havia acontecido na história da Coamo. Alguns venderam a R$ 36 e a maioria acima de R$ 40 e até R$ 48,50, que foi o maior preço praticado nesta safra. Com isso teve quem alcançou uma média final de R$ 46 por saca e outros R$ 40. De qualquer maneira são boas médias, levando em conta o custo de produção ficou ao redor de 19 sacas por alqueire. Os preços agora estão caindo em função de uma série de acontecimento do mercado. Acreditamos ser uma questão de momento porque os estoques mundiais estão baixos, tanto para a soja quanto para o milho. Inclusive, o estoque de milho mundial é bastante preocupante. O Brasil plantou menos milho na safra de verão, e o safrinha, que pode resolver o problema brasileiro, ainda está no campo e em algumas regiões ainda longe de ser colhida e que podem ser afetados por uma seca ou geada. Tem que se confirmar uma boa safra de milho safrinha, senão o Brasil vai ter problemas de abastecimento muito sérios.

TRIBUNA: Há quanto tempo não se via uma boa produção acompanhada de bons preços?

Gallassini: A safra de 2002/2003 teve boa produção e bons preços. Ano passado também tivemos uma boa safra, só que o preço reagiu apenas no segundo semestre do ano, quando muitos produtores já tinham vendido suas produções. De qualquer jeito, os cooperados se saíram bem, se capitalizaram e neste ano tende a ser ainda melhor. Os produtores estão pagando suas contas, e pagando antecipado. Esperamos que os preços voltem a melhorar.


TRIBUNA: Agora os produtores estão se preparando para a safra de inverno, haverá aumento de área?

Gallassini: A área de milho está toda plantada e a de trigo ainda no começo. Na região da Coamo tivemos um aumento de 26% na área do [milho] safrinha. O aumento é motivado pelo preço que na safra de verão ficou na faixa de R$ 24. Valor bem acima do ano passado, quando vendemos o produto por R$13,60. Já o trigo tem a questão de comercialização, com os moinhos não comprando trigo interno. De um modo geral a área deverá cair 10%, com uma área aproximada de 1,46 milhão, o que não é pouco. Se tivermos uma safra de produtividade alta igual a do ano passado teremos uma boa quantidade de trigo.

TRIBUNA: E sobre as novas regras de classificação de trigo, qual é a avaliação?

Gallassini: Temos alertado o governo que a nova classificação é impraticável. O governo quer que seja feita uma classificação que não se faz na balança, na hora da chegada do caminhão. É uma análise que pode demorar um, dois ou três dias no grosso da safra. Se for fazer isso, se formarão grandes filas de caminhões. Vai virar um caos. Estamos argumento com o governo sobre essa nova classificação que era para esse ano, mas que foi protelada para o ano que vem. Vamos ver se conseguimos resolver esse impasse com o governo.

TRIBUNA: A exportação de trigo está surpreendendo. Em fevereiro, por exemplo, superou a da soja na região. O que tem levado a esse aumento?

Gallassini: O que acontece com o trigo é inexplicável. O Brasil consome 10,5 milhões de toneladas e produz 5,8 milhões, segundo o último ano, e mesmo assim não tem comprador interno. O governo precisou entrar no mercado. É inexplicável que os moinhos prefiram importar trigo do que comprar produto interno. Isso tem desestimulado os produtores que ficam em uma situação ruim. Temos boas produtividades, boas variedades, boa qualidade, mas infelizmente os moinhos dão preferência aos produtos de fora. A Coamo está há 35 anos moendo trigo, e sempre vendeu toda a farinha produzida. E o trigo usado é todo produzido por nossos cooperados.

Qual a previsão de exportação da Coamo para este ano?

Gallassini: A previsão da Coamo é de que sejam exportados um bilhão de dólares em soja, milho e trigo. Devemos atingir essa meta, que é uma boa exportação. Ano passado exportamos 771 milhões de dólares e ficamos com a 39ª posição no raking de maiores exportadores do Brasil.

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