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Presidente da Embrapa diz que Brasil precisa inovar em Ciência e Tecnologia


O diretor-presidente alerta para a necessidade de diminuir o gap tecnológico

Na entrevista coletiva à imprensa, realizada na manhã do dia 18 de fevereiro, na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o diretor-presidente da instituição, Silvio Crestana, disse que o país enfrenta desafios relacionados a uma nova construção.

Tais desafios passam pelo sentido da inovação, pela necessidade de ampliar a competitividade do negócio agrícola, de elaborar estratégias para tratar vulnerabilidades e de transferir e incorporar resultados de ciência e tecnologia ao setor produtivo. “Estamos gerando conhecimento, informação e tecnologia, mas nem sempre sabemos transformar isso em produto, em negócio, em dinheiro, em renda, em emprego, em bem-estar e, enfim, em equilíbrio social”.

Crestana propõe a criação do Instituto de Inteligência para o Negócio Agrícola e da Agência de Inovação Tecnológica. A idéia, que se ampara na Lei de Inovação sancionada pelo Executivo, é organizar a inteligência estratégica, competitiva e prospectiva voltada ao agronegócio e viabilizar redes de agentes públicos e privados, em novos arranjos institucionais. Juntos, o Instituto e a Agência, são iniciativas capazes de fazer com que o conhecimento gerado pelas ações de pesquisa e desenvolvimento seja apropriado pela sociedade com mais rapidez e eficiência e de atrair investimentos do setor privado para a ciência e a tecnologia.

O diretor-presidente alerta para a necessidade de diminuir o gap tecnológico que afeta também o Brasil. Mostrou o mundo dividido entre os países que inovam em ciência e tecnologia, os que apenas adotam tecnologia e os que estão completamente excluídos dos avanços advindos do conhecimento, da informação, da tecnologia e da inovação. No caso do Brasil, para a redução desse gap, são fundamentais iniciativas como a Agência e o Instituto e a capacidade de responder às necessidades nacionais e regionais, lançando, “sem preconceitos”, o que há de melhor em tecnologia.

Os custos crescentes da pesquisa justificam, ainda segundo Silvio Crestana, esforços para ampliação da participação da iniciativa privada no financiamento da ciência e tecnologia. Dados por ele apresentados mostram que o Brasil investe em pesquisa e desenvolvimento cerca de 0,9% do PIB, o que significa cerca de 5,8 a 6 bilhões de dólares, enquanto países como o Japão, os Estados Unidos, a Alemanha e a Coréia do Sul investem duas a três vezes mais. A maior parte dos investimentos, no caso brasileiro, ainda é proveniente do setor público, ao contrário do observado nos países desenvolvidos.

Sobre o orçamento da Embrapa, Crestana fez distinção entre as categorias orçamento e financeiro, existentes no ano fiscal. “Há situações em que tivemos um e não o outro”. Hoje, o orçamento da Empresa para 2005 está entre 800 e 900 milhões de reais. “Deveríamos estar com um orçamento maior, da ordem de 1,2 bilhão de reais. Quando nos comparamos aos Estados Unidos, percebemos que eles investem na instituição similar à Embrapa 1 bilhão de dólares por ano. E lá eles não têm questões de contingenciamento de recursos, como a que enfrentamos até o ano passado”.

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