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Prévia de Plano Safra 2011/12 é recebida com cautela no PR

Falta de políticas para crédito e seguro rural limita desempenho do agronegócio, segundo entidades


Falta de políticas para crédito e seguro rural limita desempenho do agronegócio brasileiro, segundo entidades paranaenses

O anúncio prévio do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, sobre o Plano Safra 2011/12 foi recebido com otimismo entre alguns especialistas e desconfiança por outros no Paraná. Neste ano deverão ser liberados R$ 107 bilhões para a agricultura brasileira, R$ 7 milhões a mais do que foi disposto no ciclo anterior e R$ 14 milhões superior à safra 2009/10.


Para Otmar Hubner, engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, o aumento de recursos é positivo. Porém, ele ressalva que ainda é cedo para análises detalhadas.

Hubner completa que o tom do pronunciamento foi satisfatório, apesar do ministro não ter divulgado informações mais completas sobre o plano, que será lançado oficialmente em junho. Rossi anunciou o volume de recursos que será liberado para esta safra, na semana passada, durante evento em São Paulo.

Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), revela que o cenário é ainda de incertezas em termos de políticas ligadas ao seguro rural e crédito agrícola. Ele espera que sejam feitas reformas nessas áreas porque existem muitas falhas.

Loyola destaca que no seguro rural, por exemplo, foi proposto um orçamento de R$ 406 milhões neste ano. Porém, dados preliminares divulgados pelo governo revelam que deverá ser liberado apenas R$ 132 milhões. Isso acontece, segundo ele, porque em 2010 o governo brasileiro deixou uma dívida com as seguradoras de R$ 163 milhões. No ano passado, dos R$ 198 milhões disponíveis, somente R$ 35 milhões foram realmente utilizados no seguro agrícola.


Em 2010, o Brasil teve por volta de 10% de áreas asseguradas, o que é muito pouco, na opinião de Loyola. O economista complementa que o Paraná correspondeu a 1/3 da demanda por seguros. Isso se deve, segundo ele, porque o produtor paranaense é mais consciente quando se trata de 'segurar' sua produção. Entretanto, muitos agricultores reclamam que a alta burocracia exigida para se firmar um contrato de seguro é um dos principais gargalos do setor.

O valor elevado do seguro ainda é o principal motivo da baixa adesão, explica Loyola, mesmo com o governo entrando com 70% de subvenção. No Paraná, por exemplo, o Programa de Subvenção Estadual ao Seguro Rural paga, além disso, mais 15% do prêmio, restando outros 15% que são pagos pelo produtor. ''Essa participação do Estado estimula o produtor. Contudo, se somarmos todos os seguros de todas as culturas que um só produtor planta, esses 15% somados fica pesado para o agricultor'', aponta. Ele reforça que nos Estados Unidos o governo paga de 50% a 100% do valor do seguro, dependendo da atividade ou das condições de cada agricultor.

Divulgação

Conforme o ministro Wagner Rossi, a nova política de auxílio ao setor agropecuário trará incentivos específicos a três setores: o sucroalcooleiro, o de produção de suco de laranja e a pecuária. Ele disse que o plano vai incentivar a recuperação dos canaviais do País, que perderam produtividade nos últimos anos. Também trará medidas para combater a volatilidade do preço da laranja e ainda terá ações para renovação de pastagens do país. A intenção do governo é ''dar uma certa igualdade entre aqueles produtos que tinham certa prioridade no passado, por serem commodities de exportação, e os produtos voltados mais diretamente ao consumo interno.'' Rossi afirmou ainda que o plano está em fase final de preparação e deverá ainda conter ações para estimular a produção de grandes e pequenos agropecuaristas. (Com Agência Brasil)

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