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Previsão de frio eleva cotações do café


Perspectiva de geadas nas regiões produtoras do Brasil causou alta dos preços em Nova York. Os preços futuros do café arábica foram negociados em alta pelo sexto pregão consecutivo da Coffee, Sugar and Cocoa Exchange (CSCE), de Nova York com as notícias de possibilidades de frio intenso no Brasil neste inverno, com possibilidades de formação de geadas nas regiões produtoras.

Os contratos para julho fecharam ontem cotados a 63,30 centavos de dólar por libra-peso, em alta de 2,6% no dia.

Segundo analistas de Nova York, a alta dos preços internacionais foram provocadas principalmente pela possibilidade de registro de geadas em algumas regiões dos estados de Minas Gerais - maior produtor do Brasil - e São Paulo durante os meses de maio e junho deste ano.

Seca intensa

Mesmo com o bom desempenho das exportações brasileiras da safra 2002/03, a expectativa de quebra de 40% da safra 2003/04 que o País começa a colher em maio está direcionando o mercado. Estimativas indicam que o Brasil colherá entre 28 milhões e 30 milhões de sacas este ano, em relação com o volume entre 48 milhões e 50 milhões da safra passada.

Além disso, o clima excessivamente seco registrado nas últimas semanas em algumas regiões produtoras dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia pode ter causado danos aos cafezais.

A quebra da safra brasileira deve provocar déficit de oferta no mercado mundial durante a safra 2003/04, segundo projeções da Organização Internacional de Café (OIC). A situação será oposta à registrada no período 2002/03, quando houve superávit na oferta mundial.

As recentes chuvas registradas nas regiões produtoras da Colômbia estão prejudicando os cafezais de Manizales, a nordeste de Bogotá e em outras regiões produtoras. As autoridades colombianas aumentaram, esta semana, os subsídios pagos aos produtores em 25% em razão da queda dos preços no mercado interno.

O tráfego de café robusta na Ásia e no Oriente Médio foi interrompido em decorrência da guerra entre Estados Unidos e Iraque, que impulsionaram os custos dos seguros marítimos e congestionamento dos principais portos da região, segundo informações de traders do setor.

Já os estoques de café certificados na Bolsa de Nova York somavam 3,266 milhões de sacas em 19 de março, o que significa aumento de 17,789 mil sacas sobre o volume certificado no dia anterior.

Na bolsa de Londres, os contratos para maio fecharam a US$ 762 por tonelada, em alta de 3,9% sobre fechamento anterior.

Condições climáticas

O outono, que se inicia hoje no Brasil, deve marcar o fim do fenômeno El Niño, segundo anunciou ontem o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O órgão prevê ainda que haverá geadas nas regiões Sul e Sudeste e em Mato Grosso do Sul. O prognóstico para a estação foi divulgado pelo diretor do Inmet, Augusto Athayde.

O instituto prevê que o outono será marcado por baixas temperaturas na maior parte do País, em função de massas de ar frio vindas do Sul do Continente. Esta queda de temperatura, no entanto, é considerada normal para a época do ano. Pode ocorrer neve nas áreas serranas e no Planalto do Sul do País.

Athayde disse que as anomalias do nível do mar indicam a diminuição e enfraquecimento do El Niño - fenômeno climático que aquece a água do Oceano Pacífico na altura da costa peruana -, o que indica o término de seus efeitos nos próximos meses. Segundo o prognóstico, na maior parte do Norte, as chuvas serão irregulares e intensas, com média pluviométrica acima dos padrões no Norte do Amazonas, Amapá, Ilha do Marajó e Roraima.

Também choverá um pouco mais que o normal no Maranhão, Centro-Oeste do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Leste de Pernambuco. Os meteorologistas prevêem chuvas dentro dos padrões nas região Centro-Oeste, Sul e parte do Sudeste. Haverá apenas períodos de precipitações abaixo das médias no Norte de Minas Gerais.

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