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Primeira IG de erva-mate brasileira é paranaense

O evento on-line “Erva-mate XXI: Inovação e Tecnologias para o Setor Ervateiro foi realizado no dia 03/12.


Foto: Marcel Oliveira

Fernando Toppel, do IG-Mathe, contou a exitosa experiência de indicação geográfica (IG) da erva-mate da região de São Mateus do Sul-PR, durante o evento on-line “Erva-mate XXI: Inovação e Tecnologias para o Setor Ervateiro, realizado no dia 03/12.

A Mathe é a primeira IG deste produto do Brasil, título pleiteado a partir de 2014, por meio de um trabalho em conjunto com Sebrae, sociedade civil organizada, Prefeitura Municipal e outras instituições. O grupo realizou um levantamento histórico com dados de produção, fotografias e livros que comprovaram a notoriedade do produto ali gerado, fazendo com que, em 2017, obtivessem o registro junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial-INPI.

Ter uma Indicação geográfica é ter o reconhecimento de que uma região ganhou notoriedade (indicação de Procedência -IP) ou apresenta vínculos relativos a de um produto ou serviço de qualidade (Denominação de Origem - D.O). A IG serve para proteger e agregar valor a um produto, serviço ou região, evidenciá-lo, além de garantir sua origem. 

De acordo com Toppel, no mundo há cerca de 10 mil Indicações geográficas registradas, com um mercado que movimenta U$ 50 bi ao ano. Entre as IGs mais famosas estão a Champanhe, na França, o Vinho do Porto, em Portugal e o queijo Parmesão, na Itália. O Brasil possui 73 IGs, sendo 14 Denominação de Origem e 59 Indicações de Procedência. Destas, 24 estão na região Sudeste, 22 na região Sul, 15 no Nordeste, oito no Norte e quatro no Centro-oeste.

Após o registro obtido, o grupo de produtores e indústrias se uniu e criou a Associação dos Amigos de Erva-Mate de São Mateus do Sul, entidade que gere a IG. A associação conta com 74 associados, incluindo indústrias, viveiristas, amantes do chimarrão, donos de restaurantes e hotéis. Além de São Mateus do Sul, fazem parte os municípios de Mallet, Rio Azul, Rebouças, São João do Triunfo e Antônio Olinto. 

Segundo Toppel, nesta última safra, foram, ao todo, 29 produtores, compondo 257 hectares de talhões aptos a produzir e entregar para as indústrias erva-mate com indicação geográfica. “O preço médio de venda do produto sem indicação geográfica é R$10,00 e com o registro é R $20,00 por quilo. Então vimos que tem valor e mercado e as pessoas procuram este produto diferenciado”, afirma. Até o ano de 2019, a média de colheita foi de 30 mil quilos de folhas. Em 2020 tiveram um aumento significativo para 157 quilos, devido, principalmente à exportação.

Toppel destacou também outros aspectos advindos com a IG, como, por exemplo, a criação de novos produtos com selo distintivo, contendo logomarca e QR code, que permitem a rastreabilidade. Ele também listou uma série de vantagens obtidas indiretamente com a IG, como, por exemplo, a profissionalização do setor, com o curso de Boas Práticas Agrícolas, bem como a adoção de tecnologias, por parte dos produtores. As indústrias também precisaram passar por um processo de Boas Práticas de Fabricação. Outro ganho apontado é com relação à visibilidade nacional através de mídias espontâneas e o investimento público em obras relacionadas à cultura da erva-mate, como a Rua do Mate, em São Mateus Sul. A área está em construção e visa ser um importante atrativo turístico para a região.

A palestra está disponível no Canal da Embrapa no Youtube. Este evento foi organizado pela Embrapa Florestas e contou com a parceria do IDR-Paraná, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 

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