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Procurador-geral defende proteção a sementes que garantem soberania alimentar


O procurador-geral do Estado, Carlos Frederico Marés, defendeu nesta terça-feira (14) políticas públicas que garantam a manutenção de sementes que interessam à soberania alimentar da humanidade. “O que o Iapar está fazendo é permitir que camponeses e pequenos agricultores tenham a garantia de ter sempre sementes disponíveis para produzir alimentos, e não só commodities para exportação”, disse.


“Além disso, há necessidade da mantermos as sementes crioulas, usadas por índios, quilombolas, camponeses e pela agricultura familiar. Trata-se de sementes que não têm certificação. Esse é o trabalho que o secretário Valter Bianchini (Agricultura) anunciou, que o Iapar pode e quer desenvolver especialmente para a agricultura familiar e a agroecologia”, falou Marés, durante a reunião semanal da Escola de Governo, realizada no auditório do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

“Vivemos sob um sistema jurídico que protege o sistema proprietário. O problema desse sistema não é simplesmente impor ao agricultor a compra das sementes, mas também a existência delas, uma vez que é o proprietário da tecnologia quem decide quais sementes serão mantidas no mercado”, explicou o procurador-geral.


“O proprietário mantém à venda o conjunto de sementes que oferece maior lucratividade, em detrimento das necessidades de produção, ou, o que é mais importante, da soberania alimentar de um povo”, argumentou. Marés lembrou da tecnologia das sementes suicidas, desenvolvido pelas fabricantes de sementes transgênicas, que gera sementes que germinam apenas um vez, o que obriga o agricultor a comprar novas sementes a cada safra. O uso das sementes suicidas, ou terminators, ainda é proibido no Brasil.

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