Produção de bioeletricidade já cresceu 11% esse ano
“O aumento foi favorecido pelo clima seco observado desde o início desta safra"
Um levantamento produzido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) a partir de dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicou que a produção de bioeletricidade cresceu 11% de janeiro até agosto. De acordo com o gerente em Bioeletricidade da UNICA, Zilmar de Souza, a fonte de biomassa ofertou 17.356 GWh para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
“O aumento foi favorecido pelo clima seco observado desde o início desta safra, o que ajudou na colheita da cana e, por consequência, na obtenção da biomassa para a geração de bioeletricidade. Contudo, ao final deste ano, este percentual poderá variar em função do esperado encerramento antecipado da moagem de cana pelas usinas do Centro-Sul", comenta.
Segundo o levantamento da ÚNICA, a oferta de bioeletricidade, na qual o bagaço da cana responde por 77% da matéria prima, representou 4,7% do consumo nacional de energia elétrica. Nesse cenário, a medida em que a colheita irá aumentar, mais perto do mês de outubro, é bastante provável que esse percentual chegue a 8%.
“Em julho deste ano, a bioeletricidade ofertada correspondeu a 7,8% do consumo de energia no País. Essa maior participação de uma fonte renovável e disponível durante o período seco, quando os reservatórios das hidrelétricas estão mais baixos, ajudou a atenuar os efeitos negativos advindos da bandeira tarifária vermelha, que justamente naquele mês atingiu seu patamar mais alto", informa.
Segundo Souza, a energia ofertada pelo SIN é equivalente a ter evitado a emissão de mais de 5 milhões toneladas de CO2, marca que somente seria atingida com o cultivo de 36 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos.
