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Produção de café deve aumentar na região de Marília (SP)

A colheita estimada para a safra deste ano na região de Garça é de 1 milhão de sacas


Mesmo com a redução do número de propriedades rurais destinadas ao plantio de café na região de Marília (SP), a produção do grão só tem aumentado. A informação é da Garcafé (Cooperativa de Café de Garça) que aponta como principal fator a dificuldade na obtenção de linhas de crédito ao pequeno produtor, além do investimento em tecnologia de produção feito pelos poucos produtores que restaram.

Segundo presidente da Cooperativa, José Wilson Lopes, há cerca de dez anos, num raio de 100 Km de Garça havia 100 mil hectares de café. Atualmente, 30 mil hectares são reservados ao plantio. Houve redução da área, porém aumento na produção.

“Hoje existe mais investimento na cultura, mais profissionalização. As fazendas são bem estruturadas e os produtores capitalizados. Houve diminuição da área mas a produção é maior porque quem ficou tem boas condições de se manter”, declara Lopes.

Há dez anos a safra de café nem chegava perto das atuais marcas. A colheita estimada para a safra deste ano na região de Garça é de 1 milhão de sacas, resultado que será divulgado precisamente em abril de 2007. A primeira vez que se atingiu esse número foi em 2002.

A colheita de café prevista em Garça representa 1% da produção mundial. No Brasil estima-se que a produção atinja 38 milhões de sacas e para 2008 as previsões são ainda mais otimistas, cerca de 47 milhões de sacas. Os números fazem do país o maior produtor do mundo, com representação de 30% do mercado.

O café é uma planta com características bienais, alterando grande produção em determinado ano, como este, e queda na próxima safra. Por isso a necessidade do proprietário estar bem capitalizado e reservar estoques, o que para o pequeno produtor se torna inviável.

Outra dificuldade é a obtenção de linhas de crédito para a produção. Segundo Lopes, o Governo federal libera verbas com foco na produção de outros grãos. O cafeicultor tem que recorrer ao Funcafé, fundo criado pelos próprios produtores, hoje administrado pelo Governo.

“Nem todos apresentam condições de pagar empréstimos. É muito difícil o pequeno produtor se manter devido a muitos impostos e obrigações trabalhistas. O produtor médio que dependia de empréstimos e financiamentos do Governo precisa de dinheiro todo ano”, informa Lopes, ressaltando que empréstimos para cafeicultores exigem a propriedade como garantia, além de parte da produção.

Tais exigências restringem o crédito e há quatro anos o Governo vem dificultando a vida do produtores. São poucos os que têm dívidas, segundo Lopes, mas pelo crescimento do setor ao longo dos últimos seis anos, a maioria possui bons estoques e capital de giro capaz de saldar os débitos.

Lopes diz ainda que muitos proprietários rurais abandonaram o café para arrendar terras para o plantio de outras culturas. A cana promete invadir a região nos próximos anos.

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