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Produção de maçã prejudicada no RS

A quantidade de horas de frio tem diminuído, nos últimos anos, no Rio Grande do sul. Essa alteração prejudica os pomares de maçã


A quantidade de horas de frio tem diminuído, nos últimos anos, no Rio Grande do sul. Essa alteração prejudica os pomares de maçã. Para tentar minimizar o problema, pesquisadores da Embrapa buscam variedades da fruta que se adaptem às mudanças do clima.


Nesta época do ano o produtor de maçãs Henrique Aliprandi comemora cada dia de temperatura baixa. Ele tem 300 hectares de maças no município de Vacaria, na serra gaúcha. O agricultor sabe o problema que a falta de frio pode trazer para o desenvolvimento da fruta.

“Quando ocorre essa falta de frio a planta acaba brotando mal e não tem uma florada uniforme e isso compromete a produtividade e a qualidade", fala.

A preocupação com a quantidade de frio para o desenvolvimento da maçã levou a Embrapa a desenvolver uma pesquisa para verificar se os invernos no sul do país estão ficando mais amenos. Foram coletados dados de temperatura dos últimos 20anos na região.

Em 1989, o inverno teve 1154 horas de temperaturas abaixo de 7,2 graus – considerada ideal para os pomares; em 1999, foram 875 horas; e no ano passado 611 horas. Uma queda de 30% de um ano para o outro.

Com estes dados, a Embrapa começou a pesquisar variedades que necessitem de um número menor de horas de frio.

As pesquisas para seleção de novas variedades de maçã, que atualmente se restringem as análises visuais no campo. A partir do estudo, ganham o suporte de avaliações genéticas e bioquímicas, feitas em laboratório.

Gemas de duas variedades de maçãs produzidas no sul do país estão sendo coletadas e analisadas pelos pesquisadores da Embrapa. Geladeiras simulam condições para descobrir a temperatura que favorece a brotação. No laboratório também se investiga o controle genético e molecular das características da planta.


“Vamos ter mecanismos que irão fazer com que novas variedades sejam obtidas mais rapidamente, que nós possamos ao final dos quatro anos do projeto ter disponível novas variedades que possam atender as necessidades dos produtores", explica Paulo Ricardo Oliveira, coordenador do projeto.

Henrique já reservou uma pequena parte da propriedade para testar uma nova variedade, disponível no mercado e que se desenvolve com menos dias frios. “A parte de campo é uma variedade que se adaptou bem ao nosso clima, é produtiva com uma estabilidade de produção boa. A percepção que a gente tem ela não é ainda do nível de uma gala, que é a variedade mais importante que o Brasil tem”, diz.

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