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Produtividade recorde na safra agrícola gaúcha


Levantamento da safra de verão divulgado ontem pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro) mostra que o estado terá este ano uma produtividade recorde tanto no milho quanto na soja.

No caso da oleaginosa, o rendimento apurado foi de 2.457 quilos por hectare, 13,3% a mais em relação ao inicialmente estimado para as lavouras gaúchas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - 2.169 quilos por hectare. O resultado também é 5% maior em relação à melhor safra até então, a 2000/01, quando a produtividade alcançou 2.339 quilos. No milho, o rendimento verificado pela Fecoagro é de 3.727 quilos por hectare, aumento de 4,53% em relação à previsão do IBGE, de 3.566 quilos. A produtividade média é ainda 2% superior em comparação com a safra 2000/01, que atingiu 3.650 quilos. O estado é o segundo produtor nacional de milho e terceiro na soja.

Entre os dois fatores que levaram o Rio Grande do Sul a ter uma produtividade recorde, informa a Fecoagro, um foi o clima favorável, ao contrário da última safra, quando a estiagem causou uma grande quebra nas principais regiões produtores. Mas no caso da soja, o rendimento foi obtido "especialmente pela tecnologia utilizada que favoreceu um controle mais eficiente das ervas daninhas em relação aos métodos tradicionais", o que pode ser traduzido em uma palavra: transgênicos.

Mais produtiva

"Para bom entendedor, meia palavra basta. As pesquisas que existem até agora não indicam que a soja transgênica é mais produtiva do que a convencional, mas possibilita melhor controle das ervas daninhas, o que pode dar um rendimento entre 10% e 15% maior", diz o agrônomo Ricardo José Nuncio, responsável pela área técnica da Fecoagro.

Área maior

O levantamento da Fecoagro, a partir de dados coletados em 35 cooperativas, mostra ainda que a área de soja atingiu 3,535 milhões de hectares, 7,3% superior em relação à última safra. A produção deve chegar a 8,691 milhões de toneladas, acréscimo de 53% em relação ao resultado de 2002, que foi de 5,61 milhões de toneladas. Dependendo da região, a produtividade varia de 2,3 mil a 3 mil quilos por hectare.

A área destinada ao milho no Rio Grande do Sul foi nesta safra, de 1,39 milhão de hectares, é 2,45% inferior se comparada ao ciclo anterior. O volume colhido do grão deve somar 5,181 milhões de toneladas, aproximando-se da demanda gaúcha, avaliada em 5,3 milhões de toneladas. No ano passado, quando a safra foi de apenas 3,9 milhões de toneladas, o preço disparou e acabou prejudicando setores como suinocultura e avicultura, que sofreram com o aumento do custo de produção.

A freqüente oscilação na oferta e no preço acaba desestabilizando tanto os agricultores quanto as indústrias do setor, analisa o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Paulo Vellinho. O dirigente prega um encontro entre as duas partes para que encontrem um patamar de cotação satisfatório para ambos. Em novembro, o preço do saco estava em R$ 30. Hoje, oscila em R$ 18.

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