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Produtor de MT não tem interesse por leilão de soja

Nenhum sojicultor da Região Sul participou do leilão de Prop realizado pela Conab


Nenhum produtor de soja da Região Sul de Mato Grosso participou do leilão de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), realizado na quarta-feira (28-03) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em todo o Estado, a participação dos agricultores ficou abaixo das expectativas. O principal entrave foi a proibição que sojicultores que já entregaram a produção às tradings, mesmo que com preço a fixar, participassem da modalidade de venda.

Segundo informações da Associação dos produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), pelo menos 70% da soja produzida nesta safra foram negociadas antecipadamente, por meio de contratos futuros. Na Região Sul, porém, o desinteresse dos produtores foi motivado pelos preços da soja, que não permitiram o pagamento de prêmio para os agricultores que participaram dos leilões anteriores – realizados entre novembro de 2006 e janeiro deste ano.

A Conab colocou em leilão 100 mil toneladas de soja produzidas nos municípios da região. Nada foi vendido. A maior parte das negociações envolveu a soja plantada no Norte e Médio Norte do Estado. Da Região Norte foram colocadas em leilão 500 mil toneladas de soja, das quais 307 mil toneladas forma negociadas. O volume representa 61% do total. Já no Médio Norte foram disponibilizadas 200 mil toneladas do grão e vendidas 104 mil toneladas (52%).

O operador comercial da Produza Agronegócios Corretora de Commodities, Wilson de Souza Bezerra, acredita que se não fosse a restrição imposta aos sojicultores que já entregaram a produção, a participação no leilão teria sido maior. Ele destaca que a maioria dos sojicultores comercializa o grão antecipadamente, até porque não possuem estrutura nas fazendas para armazenar os grãos. “E nessas alturas, 90% da safra de Mato Grosso já foram colhidas”, diz.

Puderam participar do leilão de quarta somente os agricultores que entregaram a safra em armazéns gerais ou que ainda estão de posse dos grãos. “Pela falta de estrutura, os produtores colhem e em seguida entregam a produção”, reforça. Ele destaca ainda que a maior parte das vendas é a fixar e que após entregar a produção o sojicultor aguarda o melhor preço. “Tem muito produtor com soja a fixar entre o fim de abril e o fim de junho”, explica.

Os leilões de soja da safra 2006/2007 foram retomados a pedido dos próprios agricultores, após quase dois meses de interrupção. A partir de agora, a Conab deve promover uma rodada de leilões, com as operações acontecendo semanalmente. Não há previsão de quantos leilões serão realizados. O número deverá acompanhar a demanda dos produtores. Apesar dos problemas no leilão, Mato Grosso respondeu por cerca de 40% de todas as vendas.

Além dos sojicultores do Norte e do Médio Norte de Mato Grosso, produtores rurais do Piauí e da Bahia também participaram do leilão. No Piauí foram arrematadas 8 mil toneladas de soja, 100% do que foi disponibilizado. Na Bahia a venda foi de 9 mil toneladas, 28% das 32 mil toneladas de soja leiloadas. Os agricultores dos outros oito estados brasileiros inscritos no leilão não demonstraram interesse pela modalidade de venda.

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