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Produtor de suíno quer vender para a Europa


Indústria e produtores suínos do Sul do País não querem mais que embargos decorrentes de problemas sanitários em outros estados afetem suas vendas. Por isso, pretendem investir € 2,5 milhões para mudar o atual Circuito Pecuário - que delimita as áreas com ou sem febre aftosa. A idéia é que o País seja dividido em regiões menores e não por estados. A proposta começaria pela região Oeste do Sul do Brasil, que hoje abrange cerca de 80% da produção nacional de suínos. De quebra, com a mudança, conseguiriam o mercado europeu para a carne suína.

"A regionalização dos circuitos está em discussão preliminar dentro do governo", afirma Jorge Caetano Júnior, diretor de Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo ele, ainda no primeiro semestre de 2005 o governo pretende firmar um protocolo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde da Itália - que trata das questões sanitárias, inclusive agropecuárias - para que o Brasil avance no mercado europeu.

Ao mesmo tempo em que o governo firma parceria com os italianos, a iniciativa privada pretende contratar uma consultoria daquele país - a € 2,5 milhões - para que o Brasil se ajuste aos padrões da União Européia. "Com isso, abriríamos o mercado de suínos para a União Européia e estaríamos habilitados a outros mercados mais exigentes, como o Japão", argumenta Alfredo Felipe da Luz Sobrinho, diretor de Relações Institucionais da Sadia S. A. Segundo ele, a idéia é criar uma região que abranja o Sudoeste do Paraná, Noroeste do Rio Grande do Sul e Oeste de Santa Catarina - onde está 80% do rebanho suíno brasileiro. A consultoria faria a avaliação de risco da região.

Caetano Júnior diz que o conceito de região já existe nos atuais Circuitos Pecuários, mas apenas com a febre aftosa. "A grande vantagem da regionalização é ter a segurança de que uma área não será atingida por infecção de outras", afirma Caetano Júnior.

O presidente do Sindicato das Carnes de Santa Catarina, Paulo Ernani de Oliveira, diz que é difícil implantar todas as exigências européias em uma área grande, por isso a necessidade de regionalização. Segundo ele, em Santa Catarina existe há quase cinco anos um programa de segurança sanitária, que têm sido supervisionado pelos europeus. Entre as exigências do futuro comprador estão a rastreabilidade, a assistência técnica, normas de biossegurança em todas as propriedades, práticas de bom manejo do animal e informatização nos sistemas de controle do trânsito dos animais. Além disso, ele acha que, após a aprovação, as plantas também deverão se adaptar aos padrões europeus. Oliveira acredita que, se os produtores e indústrias atenderem todas as exigências européias, em até três anos aquele mercado estará aberto para a carne suína "in natura".

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