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Produtor do MT não respeitará calendário de plantio da soja

A recomendação para que os produtores não plantem soja nos pivôs por um período mínimo de 90 dias não será seguida


A recomendação técnica emitida pela Delegacia Federal da Agricultura (DFA/MT) e do Instituto Nacional de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) para que os produtores não plantem soja nos pivôs por um período mínimo de 90 dias, durante a entressafra, proposta que fez surgir um calendário para as principais regiões produtoras do Estado, não deverá ser observada. Pelo menos esta é a aposta o secretário de Agricultura de Primavera do Leste (239 quilômetros ao Centro-Sul de Cuiabá) Jorge Borgueti, que também é produtor e possui áreas de pivôs.

Primavera do Leste, que concentra a maior quantidade de pivôs do Estado e responde por 50% de toda a produção irrigada de Mato Grosso, o período para o não plantio da soja vai de 15 de julho a 15 de outubro, mas se depender dos produtores o plantio deve ocorrer normalmente.

De acordo com o secretário a recomendação conjunta não será observada porque não tem força legal. “Além disso, essa recomendação não foi amplamente discutida com os produtores e tem mais interesse econômico por trás disso, principalmente dos sementeiros que estão tentando impedir o plantio e a multiplicação de sementes transgênicas para a próxima safra”, justifica Borgueti.

O secretário afirma que o problema da incidência cada vez maior da ferrugem asiática se deve muito mais a falta de consciência do produtor “que não realiza a rotação de cultura e nem faz um rígido controle da doença, agravada ainda mais por àqueles que não eliminam a tigüera das áreas”.

Ele lembra ainda que as sementeiras e as empresas de pesquisa também mantém o plantio de soja em pivôs durante a entressafra e que elas continuariam plantando normalmente apesar da recomendação. “Porque essa recomendação valeria somente para alguns e não para todos. Essa medida foi adotada mais por pressão econômica do que por outra razão. O que é necessário é um controle mais rígido da ferrugem durante todo o ciclo da soja”, diz.

A produtividade média em Primavera do Leste foi de 40 sacas por hectare e os custos subiram muito em decorrência das aplicações extras de fungicidas para combater a ferrugem asiática que se manifestou antes mesmo do período da floração.

O argumento utilizado pela DFA/MT e o Indea para a recomendação técnica é que a falta de um período de entressafra – onde não há a produção de soja nos pivôs - contribuiria com o desaparecimento do fungo que não encontraria hospedeiros para se fortalecer.

De acordo com os responsáveis pela recomendação técnica de não plantio, a mesma pode se tornar obrigatória a partir do próximo ano caso ela não seja observada. O calendário proposto para evitar o plantio é que nas regiões Sul, Sudeste e Vale do Araguaia a soja não seja plantada entre 15/7 a 15/10, na região Médio-Norte de 1/6 a 1/9 e na região dos Parecis de 1/7 a 1/10.

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