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Produtor pede correção da TEC de arroz

Os arrozeiros querem o aumento para que não haja concorrência com a Tailândia


Depois de cinco meses de intervenção estatal, finalmente o preço do arroz no Rio Grande do Sul - maior produtor nacional do cereal - chegou aos R$ 22 a saca (50 quilos), o preço mínimo do governo federal. Agora, os arrozeiros querem que a Tarifa Externa Comum (TEC) seja elevada para não concorrerem com o produto tailandês. Segundo dados do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) o cereal da Tailândia chega ao estado a R$ 26,50 a saca, enquanto o gaúcho é vendido a quase R$ 23 a saca.

Atualmente os produtos de terceiros países - fora do Mercosul - são taxados em 10% a 12%, dependendo da qualidade. Os produtores querem que a tarifa fique em 35%. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou que ainda não existe um pleito formal do setor e não se pronunciou sobre o assunto. O presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha, disse que a solicitação foi encaminhada ao governo com cartas de produtores dos países do Mercosul, que também aceitariam a mudança. "A quem não interessa elevar a TEC, uma vez que protege os arrozeiros de todo o bloco?", questiona o consultor Carlos Cogo, da Cogo Consultoria Agroeconômica. Em sua avaliação, com isso haveria um equilíbrio entre a oferta e demanda do Mercosul.

Desde março, o governo destinou cerca de R$ 700 milhões aos arrozeiros gaúchos e catarinenses, de modo a elevar as cotações do grão, que nos últimos dias subiram com a retenção da oferta. Para Marco Aurélio Tavares, assessor-econômico do Irga, os produtores não vão exercer as opções porque a perspectiva é que o cereal chegue a R$ 24 a saca ainda este mês - ante a R$ 25 e R$ 26 a saca oferecidos pelo governo, dependendo da data de vencimento do contrato, que é pago um mês depois. "Esperávamos que a alta chegasse antes", afirma Rocha.

Simone Ramos, analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), diz que o governo fez operações intervenções diretas - para as quais liberou R$ 300 milhões - e indiretas - R$ 400 milhões. "Foi uma das melhores intervenções porque já tinha recurso desde o início da colheita", afirma Simone, sem acreditar que houve demora na elevação do preço do cereal. Segundo ela, se o governo não tivesse alocado recursos, as cotações do grão estariam abaixo do mínimo. Na sua avaliação, as opções não serão exercidas porque o produtor não acha que o preço atual seja bom para vender e continuará retendo o grão.

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