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Produtor recorre à apólice de olho nos recursos do crédito rural


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já registra o maior valor repassado pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural. Desde a última sexta-feira, R$ 90 milhões, dos R$ 160 milhões previstos, já estão em poder das sete seguradoras, que atendem ao produtor agrícola para esse tipo de garantia .
"Neste ano, o valor total dessa subvenção deve ser ainda maior. É no mês de outubro que recebemos os maiores volumes de recursos para subsidiar as safras brasileiras de verão", calcula o diretor do Departamento de Gestão de Seguro Rural do Mapa Welington Almeida.

Em todo o ano de 2007 foram demandados apenas R$ 61 milhões dos R$ 100 milhões oferecidos. Os produtos que mais demandaram subvenção até agora foram a soja (41%), o milho (18%) e o trigo (12%). O diretor acredita que, diferente dos anos anteriores, todo o montante disponibilizado este ano seja absorvido pelo mercado de seguro rural. Essa estimativa é baseada na solicitação de recursos adicionais por parte de duas seguradoras que operam fortemente no mercado, uma delas é a Aliança Seguros. Dona de 50% do bolo fatiado pelo ministério, a companhia quer outros R$ 10 milhões de subvenção para segurar mais produtores - ela já recebeu R$ 80 milhões.

Além de proteger o produtor rural contra eventuais quebras de safras, o seguro pode exercer também efeito sobre o crédito rural. Ele, o seguro, é um dos responsáveis pela redução do custo do crédito, uma vez que dilui o risco de inadimplência. No futuro e desértico cenário de crédito desenhado pelos analistas de mercado, o produtor encontra na apólice uma espécie de "oásis", onde tem a garantia mínima de rentabilidade da lavoura e o lastro para embolsar o financiamento necessário para cultivar as próximas safras. Pelo menos 15% a mais de crédito está garantido em medida ao produtor que contratar o seguro, federal ou algum dos poucos estaduais disponíveis atualmente.

Para chegar a esse "oásis", o produtor recebe um empurraozinho do governo, que atualmentesubvenciona entre 30% e 60% do valor segurado, desde que essa porcentagem não ultrapasse a barreira dos R$ 32 mil. Teto que em 2009 vai subir até a casa dos R$ 96 mil por produtor. O total de culturas subvencionadas também aumenta no próximo ano, e passa de 45 para 76 culturas. E a subvenção vai passar a ser de 40% a 70%.

Adepto ao seguro rural desde a sua implementação em 2006, o produtor de 2 mil hectares de soja do Mato Grosso, Ricardo Arioli Silva, vê vantagens na adesão mesmo cultivando em um estado com baixos índices de adversidades climáticas. "Ainda não precisei acionar o seguro, mas também não enfrentei nenhuma barreira quando fui buscar crédito no mercado", pondera o engenheiro agrônomo e presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado do Mato Grosso. É na região Sul do Brasil onde é registrada a maior adesão ao programa. Arioli tem uma garantia de produtividade equivalente a 70% da média de 5 anos na região. Ou 35 sacas das 50 que ele está acostumado a colher por hectare.

Em 2008, apenas 9% de uma área de 63 milhões de hectares cultivados, devem ser segurados.

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