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Produtor rural fica sem verba de R$ 2 bilhões


O Brasil não pode arcar com os R$ 2 bilhões (US$ 739 milhões) que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, quer dar aos produtores rurais como compensação pela queda dos preços das safras, e os parlamentares provavelmente não aprovarão a liberação da verba, segundo o presidente da comissão de orçamento, deputado Paulo Bernardo. Diante da conclusão, Rodrigues deve ficar de mãos abanando.

- Não temos dinheiro para isso. Como vamos conseguir uma quantia tão grande assim? - indagou Bernardo.

O ministro da Agricultura solicitou no dia 9 de dezembro ao colega da Fazenda, Antonio Palocci, a inclusão dos R$ 500 milhões reservados na proposta de orçamento de 2005 para a compra do excedente de safras como a de soja ou para a disponibilização de empréstimos rurais, segundo declaração do ministério em sua página na internet. Os agricultores brasileiros, os segundos maiores produtores de soja do mundo, foram prejudicados por um declínio de 49% dos preços do produto ocorrido desde abril, quando a cotação atingiu seu pico.

A proposta de orçamento apresentada pelo presidente Luiz Inácio da Lula para 2005 é de R$ 342,1 bilhões, quantia 11% maior do que a destinada para este ano. Os parlamentares, que votarão a proposta na semana que vem, solicitaram R$ 78 bilhões extras em emendas. Apenas cerca de 10% desses R$ 78 bilhões adicionais serão concedidos, disse em comunicado enviado por sua assessoria de imprensa o senador Romero Jucá, autor da proposta.

Uma disparada da produção mundial de soja, algodão, milho, trigo e arroz fez com que os preços despencassem nos últimos seis ou sete meses.

É provável que os produtores brasileiros tenham que enfrentar uma queda de 20% nos preços das safras no ano que vem, apesar da alta dos custos da produção, que devem subir aproximadamente 13%, segundo afirmou Roberto Rodrigues em um comunicado. O governo precisa gastar a quantia adicional para ajudar os produtores locais a manter sua competitividade e impulsionar as exportações, o que criará mais empregos, disse o ministro.

Os parlamentares devem votar a proposta orçamentária de 2005 no dia 30 de dezembro.

As compras da parcela não-comercializada da safra por parte do Brasil podem ser capazes de desacelerar ou reverter a queda dos preços, disse Roy Huckabay, vice-presidente executivo do Linn Group de Chicago.

É possível que os preços da soja caiam para até US$ 4,50 o bushel na Bolsa de Chicago caso o Brasil não consiga reter parte de sua safra, que, segundo o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, será recorde, segundo Roy Huckabay.

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