No ano passado, a doença comprometeu 40 milhões de toneladas de soja em MT, cerca de US$ 1,5 bilhão
Os participantes da audiência solicitada pelo senador Blairo Maggi, maior produtor individual de soja do mundo, e que conhece na prática os prejuízos causados pela doença, afirmaram durante o encontro que as prováveis saídas dependem de pesquisa e liberação por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de novas substâncias químicas no combate à doença.
Representantes dessas instituições também participaram do evento realizado nesta quinta-feira (9).
Na condição de líder do setor produtivo no Congresso Nacional, Blairo Maggi articulou a audiência junto à Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado a fim de ampliar o debate sobre os impactos negativos e as possíveis soluções, para os prejuízos causados em virtude da presença da ferrugem asiática na soja brasileira. “Até mesmo os fabricantes sentem o mesmo desconforto dos produtores, porque sabem que determinados princípios ativos já não solucionam mais como deveriam ser. A ferrugem cria resistência aos remédios de forma muito rápida, as mudanças estão acontecendo e não estamos tendo como solucionar em tempo hábil”, pontuou Maggi.
Participante da audiência, o produtor rural Silvésio de Oliveira ressaltou que o Brasil perdeu U$ 13 bilhões no último ano por falta de controle da ferrugem. “E os prejuízos são em cadeia, afeta o setor das aves, suínos, alimentação como um todo, geração de emprego e impacta até mesmo a balança comercial brasileira”, alertou acrescentando que os compromissos firmados pela Anvisa e Ibama para a safra 2012/2013 ainda não foram cumpridos. “Para a próxima safra, esses produtos precisam ser liberados em tempo hábil, ou seja, agora. Não se sabe se as empresas conseguirão atender as demandas após a liberação de novas substâncias”.
Gerente-geral de Toxologia da Anvisa, Ana Maria Vekic, explicou que há no Brasil grande cautela com a identificação de produtos cancerígenos, e isso reflete no tempo de pesquisa e análise de substâncias químicas que serão utilizadas na fórmula de agrotóxicos.