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Produtores de café investem de olho na safra 2008/09

Em 2008/09, o rendimento tende a ser maior em relação à safra atual


Antes mesmo de colher a safra de café 2007/08, os produtores de Minas Gerais, principalmente da região de Guaxupé, já estão investindo nos cafezais. Os cafeicultores estão de olho na produção da temporada 2008/09, quando o rendimento tende a ser maior em relação à safra atual, devido ao efeito de bianualidade.

Na prática, os produtores querem aproveitar o cenário altista dos preços da commodity devido à escassez mundial, que, segundo analistas, devem se manter elevados, pelos menos, nos próximos três anos. A expectativa é que a safra 2008/09 supere às 42,5 milhões de sacas colhidas no ciclo 2006/07, a última com bianualidade alta.

O assessor de negócios da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Otton Vilas Boas, disse que os cafeicultores aumentaram 5% o uso de agrotóxicos nos cafezais entre a safra 2006/07 e 2007/08. A florada do próximo ciclo, que será colhida em junho do próximo ano, ocorre entre outubro e dezembro. "Estamos tratando bem as lavouras, aumentando a adubação e o uso de defensivos para termos uma colheita boa em 2008/09. Estamos torcendo para que o clima favoreça’’, acrescenta Boas.

Por outro lado, o presidente da Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio (Acarpa), Wilson José de Oliveira, informa que os cafeicultores estão deixando de pulverizar as lavouras devido à forte ocorrência de chuvas na região - maior produtora de café do Brasil - que retiram o produto das plantas. Mas acrescentou que a chuva também beneficia as plantações por ser um adubo natural.

A recuperação das cotações do café, segundo Boas, não está beneficiando a cafeicultura. De acordo com ele, o setor está sendo penalizado pela depreciação do dólar ante o real, que reduz a receita das exportações do café. Boas pondera que os produtores podem fechar o ano no vermelho, pois os preços de venda devem ficar abaixo do custo de produção, que subiu com a safra 2007/08 menor, estimada em torno de 32 milhões de sacas. A saca deve encerrar o ano a R$ 270 em média, enquanto o gasto seria de R$ 300 por saca.

Para o gerente de custo de produção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Bevenildo Fernandes, o custo de produção foi superestimado pelo assessor da Cooxupé. "Acho que não chega a isso, em função dos preços dos insumos que não devem ter subir tanto. Mas, devido à produção menor, o custo de produção tende a ser maior".

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