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Produtores de Dourados (MS) vão alongar dívidas rurais no BB

Um grupo de 200 produtores entregou ao BB um comunicado-padrão alertando que não tem condições de quitar as parcelas de custeio


Um grupo em torno de 200 produtores rurais de Dourados (MS) e região entregou nessa terça-feira (05-06) à tarde na agência de agronegócios do Banco do Brasil um comunicado-padrão alertando que não tem condições de quitar as parcelas de custeio e investimento renegociadas nas últimas três safras, que vão vencer no dia 15 de junho.

Esse foi o primeiro procedimento para que eles tentem um novo alongamento do débito junto à instituição, alegando que estão descapitalizados para desembolsar o dinheiro devido. Mas se comprometeram de pagar a primeira parcela do custeio da safra 2006/2007, que também vence na mesma data.

Na safra 2006/2007 foram assinados cerca de 700 contratos de custeio nesta agência. Os pedidos de novo alongamento correspondem, portanto, a 28,5% do total financiado.

A maioria deles era de agricultores. Mas existiam também pecuaristas que tomaram recursos do FCO para investimentos que estariam também na mesma situação. A concentração começou às 13h na agência Parque dos Ipês, na Avenida Presidente Vargas.

Em fila, os agricultores passaram pela porta giratória e se aglomeraram no saguão do banco. Foram atendidos pelo próprio gerente-geral José Gonçalves Dias Neto que assinou uma a uma a cópia do documento atestando a sua entrada.

O gerente informou ao Correio do Estado que os casos serão analisados individualmente. E o alongamento poderia atender as parcelas das dívidas das safras 2004 e 2005 nos municípios onde foi reconhecido o estado de emergência em virtude da seca com perdas elevadas na soja, e os contratos prorrogados pelo Governo federal em 2006, após o movimento Alerta do Campo.

Nesta quarta-feira representantes do Banco do Brasil vão se reunir em Dourados com os responsáveis técnicos pelos escritórios de planejamento agropecuário para um levantamento da produtividade média e da produção de soja para que seja avaliada a capacidade ou não de pagamento dos contratos e o tempo necessário para liquidação do débito.

Segundo um dos coordenadores do movimento, José Boniatti, a formalização da confissão de que os produtores não têm capacidade para o pagamento dos contratos foi o primeiro passo. Ainda essa semana, eles apresentarão ao banco seus pedidos de alongamento da dívida por dez anos – com dois da carência, e juros equivalentes a 30% da taxa Selic – que hoje está em 12,5%. A previsão é de que os juros caiam hoje, durante a reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), do Ministério da Fazenda.

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