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Produtores de milho de Santa Catarina podem obter melhor resultado dos últimos 20 anos


O produtor de milho de Santa Catarina, que já foi penalizado pelo baixo preço atribuído ao produto em 2000, diante da safra recorde de 4 milhões de toneladas, vem se surpreendendo com o comportamento registrado no mercado agrícola, nos últimos dois meses. Com um terço dos 257 mil hectares de milho plantados no Estado já colhidos, o preço de venda do cereal permanece estável e pode significar, para o produtor, um dos melhores resultados dos últimos 20 anos. A avaliação é da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), que também atestou a elevação da produtividade das lavouras, principalmente as mecanizadas.

Em Xanxerê, no Oeste, há propriedades onde a produtividade chega a 7.800 quilos por hectare - o equivalente às plantações de alta tecnologia em países como os Estados Unidos. O preço do milho se mantém em R$ 20,00 a saca. Isso significa, para o produtor de alta tecnologia, um lucro de R$ 2 mil por hectare, conforme cálculo da Faesc. O custo da produção do saco de 60 quilos, com sementes do tipo híbrida, pode variar entre R$ 7,00 e R$ 10,00. Se observado um gasto médio de R$ 8,50. "Podemos ter um retorno financeiro histórico, o que será um verdadeiro prêmio para o produtor", comentou o secretário-geral da Faesc , Enori Barbieri.

Segundo avaliações da Faesc e da Cooperalfa, três fatores têm contribuído de forma significativa com a manutenção do preço do milho, mesmo em época de safra: a cotação para a venda internacional, a grande procura pelas empresas produtoras de ração no final do ano passado, e a opção de produtores pela estocagem. "Eu acredito que, persistindo essas condições, o preço pode chegar a R$ 25,00 a saca na entressafra, beneficiando quem teve condições de estocar", acrescentou Barbieri.

Nos portos, o milho para exportação está sendo comprado dos produtores à R$ 22,00. No campo, o produtor com maiores condições financeiras está conseguindo estocar o produto e na agroindústria houve muita preocupação com a falta do produto no ano passado, o que gerou a formação de alguns estoques. "É uma situação muito diferente da enfrentada em 2000, quando tivemos uma supersafra e o preço caiu abaixo do custo de produção", continuou o dirigente da Faesc.

Mantidas as condições climáticas, até agora favoráveis, a safra catarinense deve atingir as esperadas 3,1 milhões de toneladas, 33% a mais que no ano passado. Isso deve resultar num déficit de até 1 milhão, dependendo do resultado da safrinha, que ainda está sendo plantada. Como o milho tem oferecido bom ganho, muitos produtores estão optando pela cultura e contando com as boas condições climáticas para manter uma boa produtividade.

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