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Produtores de SP exigem aplicação de norma na fabricação de colmeias

“Seguir esses parâmetros se traduz em aumento da competitividade, por causa da redução de custo no manejo das abelhas e na colheita do mel”, garante o diretor-secretário da APPR


Produtores de mel de São Paulo exigem que empresas fabriquem colmeias em conformidade com normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

Brasília - A exigência da aplicação de normas técnicas na fabricação de colmeias tem melhorado a produtividade e a qualidade dos produtos da Associação Paulista dos Pequenos Produtores Rurais de Monteiro Lobato e Região (APPR). O grupo exige dos fornecedores que as colmeias fabricadas estejam de acordo com a norma NBR 15713 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).


“Seguir esses parâmetros se traduz em aumento da competitividade, por causa da redução de custo no manejo das abelhas e na colheita do mel”, garante o diretor-secretário da APPR, Baltazar Oliveira Ferreira. “Trabalhar com colmeias não padronizadas ocasiona uma série de transtornos, como problemas de espaço, ocasionando estresse nas abelhas”, explica.

Recentemente a APPR pediu orçamentos de vários fabricantes para a compra de um lote de 50 colmeias. Um dos requisitos estabelecidos foi que os equipamentos estivessem de acordo com a norma da ABNT. Venceu a marcenaria Bottcher, de Nova Concórdia, em Santa Catarina. “Desde 2010 passamos a adotar as referências sugeridas. Hoje toda a nossa produção – cerca de 400 colmeias por mês – segue os parâmetros de normalização, gerando muitos ganhos”, relata o representante da empresa, Elvis Bottcher.

A APPR reúne aproximadamente 30 produtores rurais, que atuam em diversos setores, como apicultura, fruticultura e bovinocultura. A merenda escolar é um dos nichos de mercado da associação. Os produtores trabalham com cerca de 150 colmeias e produzem em média dois quilos de mel por ano. “Com apoio do Sebrae em São Paulo e outras instituições, temos trabalhado para aumentar a quantidade e a qualidade do mel que colocamos no mercado”, ressalta Baltazar.


Diferencial

A ABNT NBR 15713 foi elaborada com expressiva participação de produtores rurais e pequenos empresários. “Havia grande variabilidade nos parâmetros utilizados na construção desses equipamentos. O resultado gerava perdas e baixa produtividade nos processos de produção apícola”, explica a analista de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae, Hulda Oliveira. Para ela, com a norma técnica e o incentivo à sua aplicação, por meio da exigência nos processos licitatórios, todos ganham.

“Algumas empresas fabricantes de colmeias já utilizam a norma como base técnica, o que lhes proporciona um diferencial estratégico na comercialização de seus produtos”, afirma Ricardo Camargo, coordenador da Comissão de Estudo Especial da Cadeia Apícola da ABNT. Ele informa que, no futuro, com a ampla aplicação da norma para colmeias, “pretende-se que o documento seja requisito técnico em editais de compras governamentais e de outras fontes financiadoras”.

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